Valor de garantia do café estipulado em R$ 307 é frustrante, afirma deputado

Publicado em 08/05/2013 - agronegocio - Da Redação

O Ministério da Agricultura (Mapa) anunciou na terça-feira (07) o novo valor de garantia do café. O valor fixado em R$ 307 a saca de 60 kg, ficou abaixo do esperado. O mínimo pedido pelo setor produtivo era de R$ 336. O deputado federal e membro da Frente Parlamentar do Café Geraldo Thadeu (PSD-MG) alega que esse preço fica abaixo do custo de produção e diz que a resolução do governo para o valor de garantia é frustrante. 

A elevação do valor de garantia – congelado há três anos em R$ 261 – era uma reinvindicação central de cafeicultores e entidades do setor de todo o país. Segundo cálculo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a média nacional de custo de produção da saca de 60 kg é de R$ 336, por isso, lideranças da área e cafeicultores esperavam uma por aprovação igual ou maior ao preço de custo.

Segundo dados da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) o impacto econômico da crise do café afetará mais de oito milhões de brasileiros que dependem de alguma forma dessa atividade, principalmente os mineiros, já que o grão é cultivado em 607 dos 853 municípios do Estado, sendo a principal atividade econômica em 340 cidades.

Geraldo Thadeu tem estado atento às reivindicações da classe cafeeira e tem trabalhado com afinco pela valorização da categoria. Semanas atrás ele enviou um documento ao Ministro da Agricultura Antônio Andrade (PMDB-MG) onde fez um apelo a respeito da aprovação do reajuste do preço mínimo do café e também trouxe para região a senadora e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) Kátia Abreu (PSD-TO), o presidente da FAEMG, Roberto Simões e o presidente das Comissões de Café da entidade mineira e da CNA, Breno Mesquita para uma reunião com produtores, sindicatos e autoridades na Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo.

Já naquela ocasião a senadora havia informado que era grave a situação da cafeicultura, principalmente a de montanha, agora, depois de anunciado o reajuste do preço mínimo Kátia Abreu disse estar ainda mais preocupada com o setor.  “Se levarmos em consideração que, em 2012, cerca de 25,4 milhões de sacas foram colhidas por produtores de regiões montanhosas, o prejuízo nos últimos oito meses ficou em torno de R$ 6,38 bilhões”, afirma a presidente da CNA. Cabe lembrar que cerca de 50% da cafeicultura brasileira está localizada em regiões de montanha, onde os custos se equivalem pelo uso intensivo da mão de obra.

O deputado Geraldo Thadeu afirma que expectativa para o reajuste do preço mínimo foi frustrante e disse que os trabalhos para garantir um preço justo para a saca do café devem continuar. “Tínhamos a expectativa de que o governo acolheria o preço de custo estipulado pela Conab de R$ 336, por isso quando saiu que o preço de garantia seria de R$ 307 ficamos totalmente frustrados. Mas nós não vamos esmorecer e continuaremos em trabalho permanente a fim de garantir uma política sustentável para os cafeicultores”, assegura o parlamentar.

ASCOM