Armazéns da Cooparaiso recebem mais uma certificação de qualidade

Prevista na Lei de Armazenagem, regulamentada em 2001, a certificação de unidades armazenadoras passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2010. Passado este prazo, apenas quem tem a certificação poderá prestar serviços remunerados de armazenamento de produtos agropecuários, emitir títulos de crédito - Certificado de Depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário (CDA e WA) - e comercializar o que armazena. Isso vale também para os armazéns de café.
Porém, muito antes da obrigatoriedade prevista em lei, os armazéns da Cooparaiso vêm obtendo certificações de qualidade. Atualmente já são cinco, inclusive de empresas certificadoras internacionais, e agora recebe a certificação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para o coordenador de logística e gerentes dos armazéns da Cooperativa, Douglas Izá, a certificação pode ser traduzida em um “selo de garantia”, tornando-o apto em todos os quesitos para receber cafés, incluindo aqueles que também são cultivados em fazendas certificadas.
“O armazém tem que atender a todos os pontos de controle relevantes à atividade. Esses quesitos são: rastreabilidade, higiene, condições de trabalho dos funcionários (direitos, saúde e condições de segurança)”, informou Douglas, esclarecendo que a rastreabilidade é como se fosse um diário do produto dentro da Cooperativa, a partir do seu número de lote que é gerado assim que o café entra no armazém.
Os armazéns da Cooparaiso possuem certificados da Rainforest Alliance (Estados Unidos), da UZT, 4C, Aramazéns Ouro do Banco do Brasil, da Bolsa Mercantil de Futuro (BMF) e, agora, da Conab.
“Essa certificação da Conab chega em um momento muito importante para a Cooparaiso. É a coroação para todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Cooperativa em termos de apoio integral ao produtor, da oferta de toda a segurança que o cafeicultor necessita ter ao depositar o fruto de seu trabalho – o café –, a busca que a empresa faz por alternativas para o melhor preço do produto no mercado, a qualidade de café garantida ao consumidor final, à obediência e até a antecipação de adoção das regras e exigências do governo. Mais essa certificação demonstra o respeito que a Cooparaiso possui por seus associados e pelo que produzem, além do extremo cuidado com o produto que sai daqui com a mesma qualidade que deu entrada nos armazéns, mesmo que se passe anos”, disse Douglas.

COMO É A CERTIFICAÇÃO
Segundo o Comitê Técnico Consultivo do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, do Ministério da Agricultura (Mapa), o objetivo é estabelecer um novo padrão nas unidades armazenadoras, em relação a equipamentos, processos e qualificação de pessoal. Amplas, as normas abordam desde instalações físicas adequadas até segurança e capacitação do corpo técnico. A idéia é regulamentar e padronizar todas as operações, secagem e limpeza dos produtos.
“A certificação dá ao armazenador credibilidade, porque o consumidor, interno ou externo, quer saber o caminho que aquele produto percorreu. Saber que ele foi armazenado em uma unidade certificada é uma garantia de que foi bem preservado”, diz a diretora substituta de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Maria Auxiliadora Domingues de Souza.
A certificação é feita por um organismo certificador de produto (OCP), acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro). “O armazenador faz a solicitação a um OCP, que faz a auditoria e homologa a certificação. A duração do processo depende do que a unidade precisa ajustar. Se ela já obedece às principais normas, o processo é mais rápido”, diz Maria Auxiliadora.
O País tem, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 17.227 unidades armazenadoras - 74,8% são da iniciativa privada, 4,43% são do governo e 20,76% pertencem a cooperativas -, com uma capacidade estática de 133,3 milhões de toneladas.