CNA trabalha pela melhora da imagem do produtor

Publicado em 16/03/2010 - agronegocio - Assessoria de Comunicação

979_08Foi o que destacou a senadora Kátia Abreu, ao citar ações concretas durante encontro com  presidentes de Sindicatos de Produtores Rurais

Somos bons para produzir, mas não sabemos nos comunicar”. Foi o que declarou a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em entrevista coletiva concedida em Varginha (MG). A convite da FAEMG - Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, a senadora reuniu-se com cerca de 30 presidentes de Sindicato Rurais do sul de Minas, em 5 de março. Entre eles, os cooperados Dimas Silva Jacob, de Carmo do Rio Claro, e Jerônimo Giacchetta, de Cabo Verde. Deste encontro participaram o presidente das comissões de Café da CNA e FAEMG, Breno Mesquita e o presidente da FAEMG, Roberto Simões. Na ocasião, tomou posse a Diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, que tem Arnaldo Reis Botrel como presidente.

979_07FALTA DIÁLOGO
Na opinião da senadora, a imagem que a sociedade brasileira tem da agropecuária impede que este setor encontre soluções para os problemas que travam o seu  maior desenvolvimento. Entre eles, está a falta de política agrícola que garanta renda ao produtor. “Temos que agir, dialogar com a sociedade por meio de ações concretas que possam modificar o conceito que existe em torno da imagem do produtor. Por falha de comunicação, somos mal compreendidos”, relatou, antes de citar dois exemplos.
O primeiro refere-se à área ambiental, pois o Código Florestal atual, lembrou a senadora, é impossível de ser cumprido. “Diz a legislação que os cafezais em  Varginha estão plantados em áreas consideradas ilegais por serem  APPs - Áreas de Preservação Permanente. Se essas lavouras forem estirpadas, como fica a economia do município e da região?”, indagou, antes de comentar o Projeto Biomas.

PESQUISA COMO ALIADA
A ideia da CNA, e a Cooxupé concorda com esta iniciativa, é incluir a pesquisa na questão da mudança da legislação ambiental. Com esta finalidade foi lançado o Projeto Biomas em 24 de fevereiro, em Brasília, em parceria com a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias. O objetivo é instalar em cada um dos seis biomas brasileiros (cerrado, pampa, amazônico, mata atlântica, caatinga e pantanal) uma vitrine tecnológica que apoiará os produtores rurais no sentido de aumentar a produção de alimentos de forma sustentável. Produzir, sim, mas com respeito ambiental.
Para viabilizar o projeto, serão investidos R$ 20 milhões nos próximos nove anos. No início, 240 pesquisadores estarão envolvidos: 60 da Embrapa e 180 de universidades parceiras. “Vamos acelerar o projeto Biomas em 2010, pois queremos que as leis, com auxílio da ciência, saiam de boas práticas, habituais, testadas no campo, para o Congresso Nacional”, afirmou Kátia Abreu. Segundo ela, uma maneira de impedir que “outras loucuras” sejam votadas.
Quanto à ideia de compensar os produtores que preservam as florestas, um dos pontos previstos no Projeto Biomas, a senadora explicou que não se trata de dar prêmios para quem não desmatou, porque a lei até então permitiu e incentivou o desmatamento. “Esta remuneração é para que o produtor não tenha o desejo econômico de desmatar. Se conseguirmos remunerar o cidadão que planta o milho e o café por hectare, para não desmatar, é justo”. Segundo a senadora, este foi um dos pontos amplamente discutidos na reunião mundial de Copenhage, na Suíça,  e derrotado, porque não se encontrou um fundo que remunerasse quem está fazendo a coisa certa.

FISCAIS NO CAMPO
Outro exemplo de ação concreta desenvolvida pela CNA foi a criação, em 2009, do programa Mãos que Trabalham. O projeto piloto envolve 200 instrutores do Senar, que funcionam como fiscais no campo. Numa primeira visita, propõem adequações e depois voltam para averiguar. Na opinião da senadora, muitos descumprimentos em relação às leis trabalhistas ocorrem pelo desconhecimento da legislação, por isso esse projeto já tem surtido efeitos positivos. “A sociedade tem que saber quem realmente representa o agronegócio, responsável por 42% das exportações brasileiras”, afirmou Kátia Abreu e destacou que o Brasil responde por 30% do total de alimentos comercializados no mundo.

AGRICULTURA NA SAPUCAÍ
Disposta a mudar a imagem do produtor rural, a senadora foi de Varginha ao Rio de Janeiro, onde se encontraria com dirigentes de três escolas de samba para sugerir que a história da agricultura brasileira seja o enredo de uma delas no próximo carnaval. Será que vai dar samba?

O QUE QUEREMOS DO NOVO PRESIDENTE?
No encontro com presidentes de Sindicatos, em Varginha, a senadora  Kátia Abreu disse estar recebendo na CNA, em Brasília, os representantes de produtores rurais de todo o país. “Deste contato pretendemos elaborar um documento apontando “O que queremos do nosso futuro presidente”. Em seguida, a presidente da CNA destacou a importância do voto  consciente nas urnas: “está na hora de sermos protagonistas das nossas vidas. Pensem bem em quem vão votar!”.

Silvia Elena do Carmo Marques
MTb 17809