USP realiza pesquisa na área de atuação da Cooparaiso

Publicado em 28/05/2010 - agronegocio - Assessoria de Comunicação

Um grupo de profissionais e alunos da Universidade de São Paulo (USP), campus de Pirassununga (SP), esteve em São Sebastião do Paraíso para a realização de uma pesquisa sobre a situação dos produtores em toda a cadeia produtiva do café. O levantamento de dados foi feito junto à Cooparaiso e seus associados, envolvendo especificamente o Sudoeste de Minas, uma das regiões de atuação da cooperativa.
Segundo os pesquisadores, esta é a primeira etapa do trabalho, que consiste em fazer um retrato do cafeicultor de várias regiões e escalas produtivas.
O grupo é formado pela professora doutora Vivian Lara dos Santos Silva e pelas estudantes do terceiro ano do curso de Engenharia de Alimentos, Daphne Munhóes Corrêa e Izabella de Souza Sanches. A pesquisa é realizada pela faculdade de Economia e Administração, do campus da USP de São Paulo, coordenada pela professora Silvia Saes, que é especialista em café. De acordo com a professora Vivian, a pesquisa busca identificar os gargalos técnicos, comerciais e institucionais que influenciam diretamente no resultado do trabalho do produtor de café. “Vamos buscar responder quais as dificuldades que o produtor está enfrentando, como por exemplo, se as instituições de extensão estão chegando até ele, ou se as linhas de crédito são suficientes, a questão do preço pago pelo café, enfim, tudo o que pode afetar o produtor diretamente”, explica Vivian. Essas questões estão sendo respondidas pelos produtores através de um questionário com cerca de 50 perguntas, aplicado pelas alunas do grupo.
A pesquisa será segmentada por regiões e escala de produção. Além do Sul, serão pesquisados os produtores de café do Cerrado mineiro e do Espírito Santo. O segundo estágio da pesquisa será a discussão da formatação de políticas públicas e privadas. “O objetivo é de que o produtor, de fato, aproprie-se do maior valor gerado pelo produto que ele cultiva”, diz a professora.
Vivian disse que a idéia é de os resultados da pesquisa cheguem até o produtor através das cooperativas. “Ao final, as cooperativas, como a Cooparaiso e a qualidade de seu trabalho, podem nos ajudar distribuindo artigos, divulgando nosso material, que será elaborado com uma linguagem mais acessível, programando palestras, cursos, workshops. Fazendo a informação chegar até o produtor, em um grande intercâmbio, uma troca de idéias, na formação de um relacionamento mais longo com essas instituições e seus assistidos, que são os produtores ”, diz ela.
Apesar de a pesquisa ter iniciado há pouco tempo, a professora Vivian disse que já consegue perceber “a falta de comprometimento por parte do governo na criação de políticas públicas de qualidade e em longo prazo e, principalmente, apartidárias, para que não sejam extintas ao fim de cada governo. O produtor precisa de um suporte sólido”, relaciona a professora.
Vivian acredita que os micro produtores são os mais afetados. “Se não fosse cooperativas como a Cooparaiso, hoje esses produtores estariam totalmente marginalizados”, finaliza.
A pesquisa deve ser finalizada em um ano, mas os primeiros resultados podem ser apresentados antes desse prazo.