Novos conselheiros de Muzambinho querem quebrar a imagem de polícia

Publicado em 27/03/2016 - cidade - Da Redação

Novos conselheiros de Muzambinho querem quebrar a imagem de polícia

O trabalho inicial do novo Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e Adolescente de Muzambinho que tomou posse no mês de janeiro. Este foi o principal tema de entrevista com os conselheiros Ângela Maria Ferreira, Jhony dos Santos e Lucinéia Brito de Almeida. O conselho ainda conta com Maria Luiza da Silva Ferreira e Marilene Tardeli Bócoli.
De uma forma geral, os novos conselheiros relataram que o trabalho no Conselho Tutelar representa uma grande experiência de vida, tanto no aspecto do aprendizado, quanto na oportunidade de ajudar as pessoas. Jhony relatou que o colegiado se reúne e discute as ações a serem desenvolvidas, buscando uma troca de experiência através do empenho de todos os conselheiros. Até porque quatro membros estão no primeiro mandato, contanto com a experiência da conselheira Marilene que vem de outros mandatos. Ângela declarou que são previstos grandes projetos, com a ajuda de outros profissionais e envolvimento da comunidade de uma forma geral. Lucinéia destacou a importância de ajuda aos menores em situação de risco. Neste contexto, também garantiu a união entre os novos conselheiros.

PREPARAÇÃO - Os novos conselheiros passaram por um período de preparação antes da solenidade de posse. Foram quinze dias de aula com a Profa. Cristiane e palestras com o profissional Jesus (coordenador do Conselho Tutelar em Belo Horizonte). O aprendizado foi importante, proporcionando mudanças de atitude e obediência ao ECA - Estatuto da Criança e Adolescente.

ESTRUTURA DO CONSELHO - O Conselho Tutelar de Muzambinho está instalado em imóvel cedido pela prefeitura (Rua Tiradentes, 333), contando ainda com dois veículos. Jhony lembrou que o governo federal está disponibilizando um kit, composto de um veículo de 07 lugares, 05 computadores, 01 impressora e outros equipamentos. Segundo informações da administração municipal, o kit já foi solicitado. O conselheiro relatou melhorias no prédio e algumas mudanças necessárias.

TRABALHO DIFERENCIADO - Os conselheiros revelaram a intenção de implantar um trabalho diferenciado, “quebrando” a imagem de polícia. Até porque o Conselho Tutelar não é um órgão punitivo, mas acolhedor e que busca trabalhar a realidade do jovem. Neste contexto, foi viabilizado o trabalho voluntário (1 hora/dia) de um profissional psicólogo. Outro objetivo, numa parceria pretendida com a Associação Comercial, busca implantar o projeto “Jovem Aprendiz” no município. “Estamos pleiteando algumas ações de resposta para a sociedade”, disse Jhony.

ENVOLVIMENTO COM DROGAS - A conselheira Ângela prestou importante esclarecimento sobre o papel do Conselho Tutelar no caso de uso ou tráfico de drogas com envolvimento de menores. Explicou que cabe ao Conselho apenas acompanhar o menor apreendido até a delegacia, sendo que as demais providências são de responsabilidade da polícia. Somente depois, a família é procurado e ofertada ajuda para o tratamento do menor. Portanto, citando problemas do tipo na Praça Pedro de Alcântara Magalhães, ressaltou que o Conselho Tutelar “não é polícia”.

PAPEL DA FAMÍLIA - Lucinéia, por sua vez, destacou a importância da família na formação do menor. Principalmente, imponto limites. Situação de descontrole, por exemplo, foi observada pelos conselheiros durante o carnaval deste ano. Jhony explicou que Conselho Tutelar atuou em forma de plantão acompanhando os problemas que surgiram, principalmente no hospital e acionando os pais de menores. Houve, inclusive, um caso envolvendo um menor de Botelhos, sendo que a família foi acionada. Ele também questionou a falta de autoridade dos pais que não impõe limite aos filhos menores na permanência na rua fora do horário e uso de bebidas alcoólicas. Este foi o caso de um menor (12 anos) que esteve prestes a entrar em coma alcoólico durante o carnaval. Em todos os casos identificados, posteriormente a família foi procurada para as devidas orientações. O conselheiro relatou que a família vem “transferindo a responsabilidade” para o Conselho Tutelar. Em outros casos, os pais chegam a dizer que não querem mais os filhos em casa.