Publicado em 27/05/2010 e atualizado em 27/05/2010 - educacao - Carlos Alberto/ojogoserio@yahoo.com.br
As aulas nas escolas da rede pública estadual de ensino em Guaxupé foram reiniciadas na quinta-feira, 27 de maio, após trinta e oito dias de uma greve feita por melhores salários ao professorado. Apesar da volta às atividades, os educadores locais alegam estar em estado de greve, uma vez que aguardam a oficialização dos benefícios prometidos pelo governador Antônio Anastasia, que terá vinte dias para concretizar as propostas feitas à classe.
“Voltamos, mas poderemos retomar a paralisação, caso não haja cumprimento das promessas do governo. Nós sabemos que a greve é ruim, mas vocês, alunos, precisam entender que para um ensino de boa qualidade é necessário que os professores sejam bem remunerados, uma vez que todos nós temos família”, disse a líder do movimento grevista em Guaxupé, Ana Maria Silveira Tauil, durante reunião com os estudantes da Escola Dr. André Cortez Granero (ex-Polivalente), no auditório da instituição, na manhã desta quinta-feira.
Por determinação do Sinditato Único dos Trabalhadores em Educação/MG, dirigentes das escolas se reuniram com os estudantes para explicar os motivos da interrupção das aulas. No Poli, o encontro durou cerca de trinta minutos, quando os docentesagradeceram a compreensão dos alunos e seus familiares. Na ocasião, criticaram veemente o governo, que foi acusado de usar a mídia dos grandes centros para manipular a sociedade. Também alertaram principalmente os estudantes eleitores quanto aos deputados estaduais que votaram contra o reajuste do piso salarial para R$. 1.312,00, por 20h de jornada semanal de trabalho.
Na reunião do Polivalente, alguns alunos se manifestaram para reivindicar seus direitos. Entre os principais pontos, conforme a professora Elizete Souza Mendes Gomes, ficou garantido que as aulas serão repostas, assim como as notas e o conteúdo programado para 2010 não serão prejudicados. Aos estudantes do último ano do ensino médio, que encontram-se em fase de conclusão do curso, também ficou definido que nada vai lhes atrapalhar no sentido de seguirem adiante com os planos de cerimônias, entre outros aspectos ligados à formatura.
Na opinião do aluno Guilherme Mariano Pereira, a greve foi muito extensa. “Nós, que estamos no momento de fazer o pré-vestibular, ficávamos apreensivos, pois não sabíamos o que aconteceria e isto incomodava mesmo”, disse ele. “Eu achei muito ruim esta paralisação, pois este ano tem ENEM e creio que esta greve vai me atrapalhar bastante”, completou José Jorge Lima Júnior. “Eu penso que os professores têm seus direitos, pois se o salário não é compatível com o sobreposto, dou-lhes razão sim”, finalizou Welington Henrique da Silva.
O final da greve foi definido na tarde de terça-feira, 25 de maio, após encontro de professores ocorrido na Praça Carlos Chagas, em frente à Assembleia Legislativa, na Capital mineira. Por determinação dos Sind/UTE (MG), os educadores deverão aguardar a assinatura da proposta feita pelo governo na noite de segunda-feira última, quando uma incorporação mais rápida de vantagens ao salário e a garantia de que não haverá punições aos grevistas. Também ficou acordado o pagamento dos subsídios relacionados aos dias em que aconteceu a paralisação escolar.
