Regional de Poços de Caldas teve o pior resultado do estado em Avaliação do Governo
A prova dos diversos questionamentos que ando fazendo desde 2006 mostrou-se correto. Em avaliação da própria rede estadual de Minas, no último dia 2 de abril mostrou: A Superintendência Regional de Ensino de Poços de Caldas, que inclui municípios como Muzambinho e Cabo Verde, foi a que menos evoluiu no ano de 2008.
O PROEB é uma prova aplicada aos alunos de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, e, serve para avaliar a qualidade da educação mineira, como parte do SIMAVE – Sistema Mineiro de Avaliação.
A coordenadora do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed) da UFJF juntamente com a secretária do estado da educação, Vanessa Guimarães Pinto apresentaram na manhã do dia 2 ao governador Aécio Neves os resultados, tendo o desempenho mais insatisfatório em termos de avaliação a nossa regional de ensino. Para acesso às informações, basta entrar no site http://www.educacao.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=
1362&Itemid=235, oficial do governo do estado e clicar no link “Veja o Resultado de Avaliação”. Você vai baixar um arquivo Power Point e verificar na página 10, que, entre as 46 superintendências regionais de ensino de Minas Gerais, a SRE de Poços de Caldas ficou em 46º lugar, com índice de variação de 1,3%. O melhor resultado foi da SRE de Teófilo Otoni, com índice de 6,1%. A variação da SRE de São Sebastião do Paraíso foi 2,6%, exatamente o dobro da nossa regional.
Atribuo o péssimo nível da SRE de Poços de Caldas a um trabalho equivocado de relacionamento com professores e especialistas. Entre as ações que garantiram o fracasso da qualidade de ensino na região de Poços de Caldas foram as pressões para que professores dessem notas altas aos alunos e punição para aqueles que dão notas baixas; existência de infinidade de documentos desnecessários (PIP, Projeto de Recuperação, Registros exaustivos no diário); desconfiança generalizada do professorado e uso da Avaliação de Desempenho como instrumento de coação.
Já havia afirmado em outros artigos e em pronunciamentos da tribuna livre da Câmara que considero o trabalho da SRE autoritário e sem respeito com os professores. Apenas para exemplificar: o processo de sindicância que se deu na EE Prof. Salatiel de Almeida fez com que denunciante e denunciado ficassem insatisfeitos com a atuação da SRE. A falta de diálogo, a postura legalista e uma forma desastrada de intermediar conflitos fizeram que a unanimidade dos professores considerassem incorreto o procedimento que foi utilizaram na condução dos processos.
Os maus resultados no PROEB terão repercussão financeira e todos professores da região perderão uma parcela do Prêmio de Produtividade, pois a regional não logrou êxito e não atingiu suas metas. Espero que o governador Aécio Neves e a secretária do estado da educação tomem as devidas providências para promover a efetiva reciclagem de alguns gestores da educação em nossa região, e que, o mau resultado sirva de lição para que a SRE passe a respeitar professores, especialistas, que difundam o diálogo e que revejam posturas e formas de agir que já se mostraram fracassadas.
Espero que agora, com esse resultado, a lição sirva para a mudança de atitude. Está na hora de entender que educação não é algo burocrático e nem ‘de resultados’, mas um processo dialógico, construtivo, humano, que envolve afetividade, motivação, entusiasmo, idealismo, e, capacidade de perceber que no ato de educar a liberdade de pensamento e possibilidade do uso da criatividade valem muito mais do que gráficos, fotografias, relatórios ou qualquer outro tipo de enfeite.
Prof. Otávio Sales - Vereador em Muzambinho