Publicado em 01/10/2016 - educacao - Da Redação
Jovem professor ainda destacou a importância de tombamentos históricos em Muzambinho e região
Uma ampla visão sobre cultura e educação. O jovem professor e historiador muzambinhense Jair Sobrinho falou sobre temas interessantes e importantes. Ele cursa Licenciatura em Letras pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL).
OPÇÕES DE CULTURA - Jair Sobrinho comentou declaração do Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais (Ângelo Santos) na edição anterior deste jornal. A autoridade afirmou que “quando o lar comunitário fica descaracterizado, a cidade violada fica propícia à violência”. O jovem professor muzambinhense explicou que o patrimônio histórico e cultural é constitutivo da cultura de um povo. Num tempo das grandes modernizações, a questão de tombamentos é vista por muitos como um retrocesso. Principalmente, considerando as condições de manutenção. Portanto, é uma questão muito complexa. No caso específico de Muzambinho, manifestou que faltam opções de cultura como livraria, teatro, cinema e outras manifestações.
TOMBAMENTOS - O professor e historiador explicou o processo de tombamento de um patrimônio. Segundo ele, mesmo tombado, o imóvel continua sob a responsabilidade do proprietário, que arca com o bônus e ônus. Entre as vantagens para o proprietário, explicou que o imóvel na área urbana fica isento da cobrança do IPTU. Já os imóveis rurais, há uma proposta no Departamento de Patrimônio Histórico de acordo com os proprietários em “hora/máquina”, devido à demanda relativa a vários tipos de serviços. Jair Sobrinho já ocupou este departamento e conta que viabilizou este tipo de “acordo” em algumas oportunidades.
ICMS CULTURAL - O profissional confirmou que a prefeitura de Muzambinho recebe este benefício. Todo o ano é feito um trabalho de levantamento de investimentos culturais, considerando até mesmo alguns tipos de despesa com a Casa da Cultura e Museu. Nos anos de 2013/14 foi feito um levantamento minucioso, sendo que o recurso é destinado dentro de um “bolo do ICMS”, com o valor girando em torno de R$ 6 mil/mês. O valor é considerado pequeno, mas considerável em relação à manutenção das atividades.
SEM LEITURA - Muzambinho já foi considerada a “Atenas Sul Mineira” devido ao seu nível educacional e cultural. Hoje, a cidade não tem nem mesmo uma livraria. Jair Sobrinho afirmou que a falta do hábito da leitura, observando a população de uma forma geral, é uma situação bastante complexa. Diante da grande oferta de tecnologia nos dias atuais, falar de literatura com os alunos é um desafio muito grande. O nível de leitura é baixo nas escolas públicas e privadas. A família deve exercer a influência pela leitura, passando depois pelos professores e pela própria sociedade. A leitura “por prazer” deve ser resgatada pelas escolas. O aluno pode e dever ler aquilo que deseja, contanto que seja prazeroso para ele. Assim, podendo depois passar a ser um leitor de grandes clássicos e obras famosas.