Chuteiras e sapatos: O adeus ao inesquecível “Camila”

Publicado em 18/06/2010 e atualizado em 18/06/2010 - esportes -

ANTÔNIO JANUÁRIO “CAMILA” nasceu em Muzambinho no dia 05 de fevereiro de 1939, filho de José Januário “Zé Nardi” e Josephina Filomena de Jesus. Casado com Izaura Martimiano Januário, com quatro filhos e um adotivo. Faleceu no último sábado, 12 de junho de 2010, deixando o esporte e a música do município de luto.

CHUTEIRAS E SAPATOS - Das velhas chuteiras que por muito tempo cravaram seus pés nos campos de batalha de Muzambinho e Região, até as “chuteiras” sem travas, resultante do talento de suas mãos repassado com maestria aos pés daqueles que mesmo desconhecendo o famoso jogador, reconheciam o grande profissional dos sapatos.Antônio Januário ou “Camila” como foi apelidado por um também futebolista chamado Ovídio Pires, fora o que se pode chamar de o tradicional “zagueirão”, aquele que carrega todo o time nos ombros. Com um porte físico avantajado e uma bravura inigualável amedrontava os adversários e protegia sua equipe. Acostumado a encarar grandes decisões, sempre fora um guerreiro, dentro e fora das quatro linhas. De suas atuações como coadjuvante nos humildes palcos das cidades que o apresentavam como jovem talento, até sua principal jogada no grande palácio do futebol, o maracanã.Admirado pelos amigos, também amantes do esporte, costumavam dizer que “Camila” respirava futebol. Ocimar, Wladimir, Thales e Rivelino, foram não somente grandes jogadores do seu time de coração, o Corinthians, mas acima de tudo a nomeação dos quatro vitoriosos herdeiros de suas lutas, seus filhos.De jogador e sapateiro a músico na Banda Lírica Benedito Cezarino de Muzambinho, o fôlego antes dispersado aos ares dos meios futebolísticos, agora encantavam e inspiravam os apaixonados pela boa música.

Pendurar as chuteiras, com ou sem travas, não significou o fim de uma carreira, mas apenas, o início de uma maravilhosa história abrilhantada e marcada por lances de craque nos campos da vida.
Fica a homenagem àquele que será lembrado como o cidadão que honrou com amor e sabedoria as cores e a camisa do time de sua cidade natal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAMILA O BRASILEIRO

Foi assim, desde menino queria ser jogador de futebol,
mas seu destino na cidade de Muzambinho/MG lhe
impôs uma vida humilde sem grandes horizontes.

Muito vigoroso e de grande ideal ainda jovem foi
sozinho, sem padrinhos, jogar de lateral direito,
com muita coragem no peito, no estimado São
Cristóvão Futebol Clube do Rio de Janeiro/RJ.

A saudade tão própria dos mineiros...
Não resistiu à distância da família e dos amigos´
regressando para a Terrinha...

Foi líder no futebol amador e com muito amor
no coração, formou vários times e revelou grandes
craques, jogando futebol com fervor e muita paixão.

Sua personalidade marcante foi conselheiro
de todos nós, meninos-rapazes, sonhadores,
dando lições de vida e de futebol !

Foi o maior caráter de bondade daquela cidade
que revelou tantos talentos, como Milton Neves.

Ontem morreu seu corpo, mas para nós com
dor profunda no coração, jamais morrerá:
Antônio Januário Camila.....

Você não precisa pedir licença para entrar no Céu,
Com a camisa do Corinthians fará tabelinhas com
Ademir Menezes, Zizinho, Baltazar, Didi, Vavá, e outros,
organizando a grande Seleção Brasileira no Céu!

Até breve, seus amigos lhe rendem homenagem
para a paz verdadeira e a alegria celestial!

(Texto de Roberto de Araújo – Nenzinho)