Publicado em 14/06/2016 - geral - Marina Júlia de Aquino
Recentemente, este prestigioso veículo de comunicação publicou preconizando o banimento do amianto que impressiona pela falta de informação sobre tema tão relevante e de profundo alcance social.
É importante lembrar que no Brasil, a partir da década de 1980, não há nenhum caso de doença profissional por conta da aspiração do amianto crisotila, que comprovou-se ser 500 vezes menos perigoso do que o amianto anfibólio, este sim proibido no mundo todo.
Vários estudos já demonstraram que o uso correto do amianto crisotila é seguro. Seu uso de amianto é regulado pela Lei Federal nº 9055, de 1995. A lei permite a extração, industrialização, utilização e comercialização do amianto crisotila, desde que seguidas regras estabelecidas pela NR15 anexo 12 da MTE. São essas regras da legislação que as empresas têm seguido para criar um ambiente seguro de trabalho.
Além disso, um acordo com trabalhadores, com base na legislação, levou os ambientes de trabalho ao nível de 0,1 fibra do produto por centímetro cúbico, o que significa uma quantidade 20 vezes menor do que o estabelecido por lei.
Atualmente, 50% das casas do país têm telhas com o amianto crisotila porque o material é de baixo custo, o que beneficia a população. E mais de 90% do mundo usa a substância. Alguns argumentam que o amianto foi proibido em 50 países, onde vive apenas 11% da população mundial.
Entretanto, em 150 países é permitido o uso da substância. Entre eles, estão os Estados Unidos e o Canadá, reconhecidos pelo rigor na produção, venda de produtos e cuidados com a saúde da população. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, 50% das tubulações de água são feitas em amianto. E na União Europeia está permitido o uso de amianto crisotila até 2025 para fabricação de cloro e soda.
Logo, o país não precisa banir o amianto crisotila para garantir a saúde dos trabalhadores. O caminho correto é apenas criar ambientes seguros de trabalho. E esse caminho vem sendo trilhado.
Marina Júlia de Aquino
Presidente do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC)