CAMINHO DO CAFÉ: O doce aroma de Guaxupé

Cidade com clima interiorano abriga belas edificações construídas no início do século passado

Imagine uma cidade com clima calmo e cheiro de café. Imaginou? Essa cidade existe e chama-se Guaxupé, localizada no Sul de Minas Gerais. Além dos muitos pontos positivos para a cidadezinha com pouco mais de 50 mil habitantes, o município possui construções inspiradas na arte romana e é responsável por 80% da exportação de café no país, além de abrigar umas das maiores cooperativas cafeeiras do mundo, a Cooxupé. A cidade é um destino para quem gosta de sossego e uma vida noturna tranquila. Com muitos restaurantes, sorveterias e pizzarias, o centro da cidade esbanja sossego, mesmo aos finais de semana. Porém, um passeio pelas fazendas cafeeiras, que cercam a cidade, cai muito bem para quem quiser entender melhor, o processo de plantação e exportação de café do país.

A fazenda Bela Vista, possui 100 hectares de café, onde é produzido o café do tipo Arábica, um dos tipos de café mais nobres do mundo. A fazenda produz em média, 3.200 sacas de café por ano. Próxima do centro de Guaxupé, o local abriga diversas plantações de café. As mudas por lá, florescem entre agosto e novembro. Entre maio e julho, acontece a colheita e, durante este período, vale a pena visitar o local, para acompanhar de perto o trabalho de agricultores. A fazenda tem aproximadamente 30 hectares em produção, conseguindo em média 40 sacas por hectare. É um produção alta considerando que a média nacional é de 22 sacas por hectare.

No sítio Jamel, que fica em Caconde, divisa de São Paulo e Minas Gerais, fica o bairro do Escondido, onde a produção anual de café, não excede duzentas sacas. A área de plantio não é tão grande e toda colheita com a pequena produção cafeeira é feita pelo casal de sitiantes. O cafeicultor recebe ajuda da Cooxupé na venda da sua produção. Além disso, técnicos e engenheiros agrônomos são disponibilizados para ajudá-lo nos cuidados com o solo e manejo com as plantas. Segundo o produtor, em termos de colheita, este ano está melhor que o ano passado, pois a produção subiu de 180 para 220 sacas colhidas até o mês de julho. No passeio pelas estradas de terra, o visitante poderá encontrar diversas capelas e igrejas construídas na beira de estradas, que remontam um pouco da história de fé contida na região. 

Quem passar pelo sítio Alves e Pinheiro, em São Pedro da União, vai perceber que as casas possuem centenas de grãos de cafés espalhados pelo quintal. É indicado também, passar - e fotografar - as imensas plantações de café, que enchem os olhos, não só pela vista, mas pela localização privilegiada, que fica a 1.100 metros de altitude. O sítio produz numa área total de 12 hectares, com 42 mil pés. Esta quantidade rende uma média de 500 sacas de café por ano. 

Nesta etapa do processo, é hora do conhecer o Complexo Industrial do Japi, de onde o café parte para o mundo. O local é o centro de armazenamento da Cooxupé, onde o café é armazenado, dividido em lotes e futuramente distribuído. 

Nesta última etapa, o café é selecionado e precisa ser degustado, antes de ser enviado ao comércio. Neste ano, a expectativa da Cooxupé é ultrapassar a meta de 6 milhões de sacas de café.

(Por: Daniel Pires)