Publicado em 21/03/2020 - geral - Da Redação
A Cemig divulgou na sexta-feira (20) os resultados de 2019, apresentando um
crescimento significativo do lucro líquido em relação a 2018. A Cemig
Distribuição, em passado recente dependente de aportes da Holding, foi a maior
responsável pelo bom resultado da Cemig em 2019. O lucro líquido do grupo
chegou a R$ 3,127 bilhões no exercício, dos quais R$ 1,640 bilhão corresponde
ao resultado da Distribuição.
Mesmo com números que retiram a empresa da situação de
fragilidade econômica e financeira em que se encontrava até dois anos
atrás, a Cemig tem por desafio imediato, seja por determinação de seu
Planejamento Estratégico, seja pela contingência da pandemia do coronavírus,
adotar uma série de iniciativas para preservar sua liquidez. Embora os estudos
ainda não estejam concluídos, pode-se citar como exemplo de medida desta
natureza a decisão de distribuir o dividendo mínimo obrigatório, de R$ 0,50 por
ação, totalizando R$ 764 milhões.
O perfil da dívida evoluiu satisfatoriamente, ficando em 2,84
vezes a relação da dívida líquida sobre o Lajida (Lucros Antes de Juros,
Impostos, Depreciação e Amortização) no final de 2019. No ano anterior, a
relação foi de 3,21 vezes. O resultado indica que a empresa melhorou a
capacidade de pagamento dos seus compromissos bem como de geração de caixa. O
custo da dívida também melhorou, apresentando redução de aproximadamente 20%,
graças à emissão de debêntures pela Cemig Distribuição, o que permitiu a compra
de dívida antiga e mais cara. Também contribuiu para o resultado a queda da
taxa Selic.
No tocante a algumas referências regulatórias, a Distribuição
ficou R$ 189 milhões acima do Opex Regulatório (despesas operacionais), menor
que o valor registrado em 2018, de R$ 207 milhões. O Lajida ajustado estava R$
426 milhões abaixo do Lajida Regulatório e evoluiu para R$ 304 milhões abaixo
da referência estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Cemig tem adotado uma série de medidas para atingir os
parâmetros regulatórios, com destaque para o Plano de Desligamento Voluntário
que contou com a adesão de 613 empregados em 2019, sendo 407 na Cemig D. Tais
medidas permitem projetar a eliminação da diferença entre realizado e regulado
para 2021.
Ainda sobre o lucro líquido, houve
alguns efeitos importantes, alguns positivos outros não, sobre o resultado da
Cemig. Favoravelmente, houve o impacto da decisão judicial a respeito da
incidência do ICMS sobre o PIS/COFINS no valor de R$ 1,98 bilhão e o ganho de
R$ 224 milhões com o recálculo do valor das ações restantes da Light em
carteira, depois da venda de uma parcela da participação da Cemig na
distribuidora do Rio de Janeiro.
De forma negativa para a construção
do lucro, houve a decisão judicial a respeito da incidência de contribuição
previdenciária sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), causando
redução de R$ 862 milhões. E, ainda, entre os principais impactos, aconteceu a
baixa contábil de R$ 688 milhões relativa aos créditos que a Cemig possui na
Renova Energia.
ASCOM