Publicado em 14/06/2019 - geral - Da Redação
Preparar-se emocionalmente ou pelo menos tentar, lidar com o turbilhão de
emoções, com o novo que está por vir. Finalmente, organizar a bolsa maternidade
e não se esquecer da máquina fotográfica para os primeiros registros. Esses são
alguns dos preparativos realizados pela nova família. E logo após o nascimento,
há um outro registro necessário. O da certidão de nascimento, indispensável
para o exercício da cidadania, e que pode ser obtido diretamente em 60 unidades
hospitalares do estados participantes do projeto Unidade Interligada de
Registro Civil das Pessoas Naturais de Minas Gerais. Até 6 de junho, o número
de registros de nascimentos, por meio dessas unidades foi de 209.516.
Não é preciso ir até um cartório para registrar o nascimento do bebê. Tudo é
feito dentro dos hospitais. De acordo com a superintendente-adjunta dos
serviços notariais e de registro do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),
Aldina de Carvalho Soares, ?esse projeto resgata a dignidade do cidadão ,
facilita o acesso à certidão de nascimento e reduz o sub-registro
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução
do percentual de nascimentos registrados em anos posteriores ao de ocorrência
dos nascimentos é um indicador importante e que está diretamente relacionado
com a melhoria da cobertura dos registros de nascimentos no Brasil.
Sobre a participação cidadã, o IBGE também aponta, em relatório, que a
ausência do registro de nascimento representa um obstáculo ao exercício da
cidadania, além de limitar o acesso do indivíduo a diferentes serviços e
programas da esfera pública. ?Desta maneira, a melhoria da cobertura do
registro de nascimento indica que mais indivíduos podem exercer seus direitos?,
resume o relatório.
Em Belo Horizonte, 13 hospitais emitem o primeiro documento desses pequenos.
De posse da Declaração de Nascido Vivo (DNV) e identificação dos pais, o posto
de registro civil do hospital envia os dados pela internet ao cartório
responsável pela unidade, que fará o registro físico no Livro de Registros. Em
seguida, ocorre a emissão da certidão, que é impressa, assinada e selada na
unidade que funciona na instituição de saúde.
Desde 2016, o serviço incorporou também a emissão do Cadastro de Pessoa
Física (CPF), cujo número já vem impresso em um dos campos na certidão de
nascimento, facilitando ainda mais para os pais.
De acordo com a Gerência de Orientação e Fiscalização dos Serviços Notariais
e de Registro (Genot) do TJMG, a meta para 2019 é implantar 10 unidades
interligadas no interior de Minas. Neste ano, três hospitais mineiros foram
cadastrados como unidades interligadas: a Santa Casa de Misericórdia de Ouro
Preto, o Hospital César Leite, em Manhuaçu, e o Hospital da Unimed, em
Governador Valadares.
Óbitos
Os postos avançados de registro civil também atendem os casos de natimorto e
de óbito de recém-nascido ocorrido antes da alta hospitalar. Até 6 de junho,
essas 60 unidades mais o Instituto Médico Legal (IML) registraram 2.367
óbitos. O IML atende aos registros de óbito relacionados ao rompimento da
barragem de rejeitos de Brumadinho.
A iniciativa une o Judiciário, via Corregedoria-Geral de Justiça do TJMG, o
Executivo, por meio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação
Social e Cidadania (Sedpac) e o Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das
Pessoas Naturais de Minas Gerais (Recivil), além de envolver os centros de
saúde e cartórios.As unidades interligadas funcionam desde 2014.