Publicado em 15/07/2015 - geral - Da Redação
O comércio varejista brasileiro apresentou queda de 4,5% nas vendas em maio com relação ao mesmo período de 2014. Trata-se da maior queda em 12 anos, desde 2003, segundo divulgou ontem o IBGE. Essa queda reflete as restrições ao crédito, a inflação e a diminuição da renda do trabalhador, o que afastaram o consumidor, segundo a técnica responsável pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) Juliana Vasconcelos. De acordo com ela, a redução das vendas foi puxada, principalmente, pelo setor de móveis e eletrodomésticos, que registrou queda de 18,5% em maio, na comparação com igual mês do ano passado, e acumula recuo de 10,9% nos primeiros cinco meses do ano. Em 12 meses, o setor apresenta queda de 6,1%. “Este é um setor que, historicamente, sempre apresenta um desempenho positivo em maio em função do Dia das Mães e que em maio deste ano chegou a fechar em queda de 18,5% na comparação com maio do ano passado”, disse.
Os setores de tecidos, vestuário e calçados, também destaques em vendas por causa do Dia das Mães, encolheram 7,7% no período, o pior desempenho desde maio de 2009. Na comparação de maio contra abril, a queda no varejo restrito (sem veículos e materiais de construção) foi de 0,9%, a maior para o mês desde 2001.
A queda nas vendas do varejo restrito em maio ante maio de 2014 espalhou-se por 25 das 27 Unidades da Federação, que inclui 26 Estados mais o Distrito Federal. As principais retrações foram observadas em Paraíba (-13,6%), Goiás (-12,6%) e Amazonas (-11,1%). Em termos de impacto no varejo, as quedas que mais deprimiram o desempenho do setor foram em São Paulo (-3,5%), Bahia (-9,6%), Minas Gerais (-4,0%) e Rio de Janeiro (-3,0%), sempre em relação a maio de 2014.
Com preço alto e crédito caro, o consumidor some do comércio. A funcionária pública Cláudia Rodrigues confessa que adora comprar e afirma que crise é um desafio para os consumistas. “As coisas estão difíceis, os preços estão subindo demais. A gente vê tudo mais caro nas lojas, nos supermercados e também nas contas em geral, o que faz sobrar menos dinheiro. Tudo isso me faz pensar duas vezes. Se antes eu entrava em uma loja e comprava três sapatos, agora compro no máximo um, e olhe lá”, afirma Cláudia.
A também funcionária pública Cristina Viana destaca que a situação econômica atual traz uma necessidade de rever conceitos. “Se antes a gente pensava que precisava de uma coisa, agora tem que refletir. Eu estou revendo meus gastos como uma forma de prevenção. Todos nós estamos vendo o que está acontecendo e temos medo do que estar por vir”, ressalta Cristina.
FONTE: JORNAL O TEMPO (Com Queila Ariadne)