Em MG, representantes de 28 países participam de olimpíada inédita no Brasil

Publicado em 18/09/2015 - geral - Da Redação

Em MG, representantes de 28 países participam de olimpíada inédita no Brasil

Promovida pela International Geoscience Education Organization (IGEO) e realizada, neste ano, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) de Poços de Caldas, com o apoio do Ministério da Educação, a 9ª Olimpíada Internacional de Ciências da Terra (International Earth Science Olympiad – IESO, na sigla em inglês) conta com uma programação dinâmica que inclui atividades científicas, oportunidades de troca de experiências e de interação entre os participantes, apresentações culturais, visita a pontos turísticos da cidade de Poços de Caldas (MG), onde o evento ocorre, e viagens técnicas aos campi do IFSULDEMINAS. Até o próximo domingo, 23 delegações e outros cinco países observadores participam de diversas provas sobre geologia, meteorologia, ciência ambiental e astronomia. 

No primeiro dia de atividades, os estudantes conheceram pontos turísticos de Poços de Caldas. Foram até a Praça dos Macacos para entenderem a origem das fontes de águas termais e sulfurosas existentes na região. Também estiveram no Recanto Japonês. À noite puderam assistir a uma apresentação de capoeira, feita por meninos atendidos pelo Centro Afro-brasileiro da cidade. 

Na terça-feira, 15, pela manhã, foi a vez dos estudantes visitarem o alto da Serra de São Domingos, onde conheceram o Cristo Redentor e receberam informações sobre as formações geológicas e as riquezas minerais da região. Além disso, integrantes das delegações dos Estados Unidos, de Israel e da Tailândia foram recebidos pelo prefeito de Poços de Caldas, Eloísio do Carmo Lourenço, que abriu as portas de seu gabinete para conversar com os estudantes. 

O período da tarde foi reservado para a aplicação das provas teóricas. Os testes tiveram duração total de três horas. Alguns estudantes se mostraram pessimistas em relação à prova, considerando difícil o conteúdo apresentado, enquanto outros alunos estavam otimistas e ansiosos pelos resultados. De acordo com os competidores, o formato da prova, neste ano, exigiu mais raciocínio do que memorização. 

O estudante israelense Itay Gat deixou a sala de provas confiante. Ele considerou a prova tranquila, concluindo que a edição deste ano está melhor que as anteriores. Embora não tenha participado efetivamente das outras edições, ele utilizou os materiais antigos para se preparar para a IESO 2015. 

A programação seguiu com visitas dos mentores, professores que acompanham os estudantes, aos campi do IFSULDEMINAS, eles aproveitaram para conhecer a estrutura, laboratório, setores de produção e o funcionamento dos campi localizados nas cidades de Machado e Muzambinho. 

A iraniana Maryam Abedini participa pela primeira vez da olimpíada. “Trata-se de um evento muito bom e está sendo um momento bastante especial para todos nós. Os alunos vão fazer o máximo, mas o nível geral é muito bom”, disse durante a visita ao Campus Machado.

 A competição continuou na quarta-feira, com uma prova que surpreendeu as 23 delegações. A atividade recebeu o nome “The mystery of The ball stone” ou “O ministério da Pedra Balão”. Os participantes coletaram informações e amostras para explicarem como se deu a formação rochosa do famoso ponto turístico de Poços de Caldas. Após a visita, eles se reuniram em equipes para discutirem e analisarem as amostras e receberam a tarefa de levantar três hipóteses, bem como argumentos para explicar os resultados de suas análises em uma apresentação para o público.

O objetivo principal da dinâmica, chamada de ITFI (International Team Field Investigation) foi proporcionar aos alunos a experiência do trabalho em equipe. O presidente da IGEO (International Geoscience Education Organization), Rajasekhariah Shankar, acompanhou a atividade e comentou que “a ITFI é importante para fazer com que os alunos interajam entre si e que trabalhem em equipe”. Nenhum cientista trabalha sozinho, ou seja, é necessário que os candidatos discutam entre si e cheguem às conclusões sobre as análises feitas na pedra, juntos”, comentou. 

Na quinta-feira, 17, os competidores realizaram as provas práticas na fazenda Moinho, zona rural de Poços de Caldas, e na cachoeira Véu das Noivas, famoso ponto turístico. As atividades foram preparadas com base em provas das áreas de astronomia, hidrologia e meteorologia. O aluno Kai-Hung Cheng, de Taiwan, contou que “tem boas expectativas sobre a competição”. “A paisagem brasileira é bonita e bem diferente de meu país. Estou gostando muito de tudo”, comentou. Leonard Schmih, da Alemanha, destacou que a experiência está sendo muito positiva e que vai ajudá-lo na vida pessoal. Na profissional ainda não sabe, mas pretende fazer engenharia ou arquitetura.

Para a observadora argentina Graciela Ligia Rastelino, “as questões são de um nível elevado, uma vez que temos aqui os melhores e mais preparados competidores. É muito interessante este trabalho de campo”, declarou. 

Os países participantes foram convidados a elaborarem e sugerirem questões com alguns meses de antecedência para a olimpíada. Elas foram reunidas pelos mentores para que chegassem a um consenso sobre quais poderiam ser transformadas e adaptadas para as provas. Outra preocupação, apesar da língua oficial ser o inglês, foi o acompanhamento dos estudantes na tradução do material que, em alguns casos, foi produzida em outras línguas, como o francês, por exemplo, para serem entendidas e depois transcritas pelos competidores para o inglês.

A observadora da República do Malawi, na África, Yvonne Chasukwa, disse que “o Brasil e seu povo são muito interessantes”. “Embora não tenhamos nosso país participando, estou agregando muito para minhas ações como professora no Malawi, onde atuo com geografia”. Já a estudante dos Estados Unidos, Rylee Wrenner, pela primeira vez no país, falou que “o Brasil é diferente de todos os lugares que já conheceu e está gostando de tudo”. 

Para Gefferson Rocha Santos, aluno do Instituto Federal do Espírito Santo e membro da equipe brasileira, as expectativas são boas, apesar das dificuldades com a língua inglesa. “Na prova prática creio que fui bem, mas não posso dizer o mesmo da teórica. Mas valeu demais! Vou levar só coisas boas para meu estado”, afirmou. 

Os desafios continuam nesta sexta-feira,18, com a prova chamada EPS (Earth Science Project), a proposta é que os alunos desenvolvam uma pesquisa sobre o fenômeno climático El Niño. 

Texto e fotos: Ascom IFSULDEMINAS