Publicado em 19/03/2020 - geral - Da Redação
Consumo consciente, uso de transporte público, redução no uso de
água e energia elétrica e reuso de materiais. Esses são alguns exemplos de
ações que podem ser desenvolvidas pela população de Minas Gerais para
contribuir com a diminuição do impacto das mudanças climáticas e aumentar a
qualidade de vida no planeta. Na segunda-feira (16/03), foi comemorado o Dia
Nacional de Conscientização Sobre Mudanças Climáticas e a Fundação Estadual de
Meio Ambiente (Feam) aproveita a data para orientar as pessoas sobre as
atitudes que aumentam a resiliência das cidades em relação às mudanças do
clima, além de destacar os programas e ferramentas que a entidade possui para
agir frente à situação de emergência climática global.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças
Climáticas da Feam, Renata Muinhos Pereira, o Brasil ratificou, em 2016, o
Acordo de Paris, por meio da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC em
inglês), em que firma o compromisso de redução de 37% das emissões de gases de
efeito estufa (GEE) até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
A mudança é necessária para frear o aquecimento global, que já provocou aumento
na temperatura do planeta em 1°C acima dos níveis pré-industriais e que pode
chegar a até 1,5°C de aumento, mantidas as taxas anuais, entre 2030 e 2052.
“Apesar das emissões serem globais, o impacto das mudanças no clima é local, o
que explica a importância de cada um fazer a sua parte para reverter esse
quadro”, destaca Renata Pereira.
REDUÇÃO DO AQUECIMENTO
GLOBAL
Em Minas, o poder público tem atuado para ajudar o Brasil a cumprir as metas do
Acordo de Paris. A Feam tem cinco frentes de trabalho voltadas a apoiar os
municípios e também para construir políticas públicas que aumentem a
resiliência dos territórios.
Uma delas é a plataforma Clima Gerais é uma ferramenta de apoio aos municípios
para o desenvolvimento de baixo carbono e sua adaptação territorial levando em
conta os efeitos das mudanças climáticas. Na plataforma é possível obter desde
informações básicas relativas aos conceitos de mudança do clima e
vulnerabilidade territorial dos municípios, até boas práticas e fontes de
financiamento. A ferramenta pode ser acessada pelo endereço http://clima-gerais.meioambiente.mg.gov.br/mudancas-climaticas-mg.
Já o Clima na Prática é outro exemplo de aproximação entre Governo de Minas e
municípios para reduzir os efeitos causados pelas mudanças climáticas. A
ferramenta busca auxiliar as cidades na elaboração de políticas públicas e
ações estratégicas relacionadas à sustentabilidade e mudanças climáticas em
diversos setores. A ferramenta estará disponível para download online por meio
do http://clima-gerais.meioambiente.mg.gov.br em
breve. Em 2019, cinco municípios receberam a capacitação. São eles Betim,
Governador Valadares, Mariana, Sabará e Janaúba. Em 2020 está prevista a
extensão dessa frente de ação a mais sete municípios, todos da Região
Metropolitana de Belo Horizonte: Confins, Florestal, Esmeraldas, Itaguara,
Mario Campos, Taquaraçu de Minas e Raposos.
Outras iniciativas da Feam que subsidiam os municípios na redução dos gases de
efeito estufa são o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, o índice
de Vulnerabilidade Climática e o Mapa de Áreas Prioritárias, elaborado pelo
Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com o Consórcio formado pelo
WWF/Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação
Biodiversitas.
O inventário é um estudo que tem o objetivo de estimar as emissões de gases de
efeito estufa no Estado, fornecendo informações para elaboração de cenários de
curto e médio prazos relativos às emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs).
Juntamente com outros elementos de decisão, esses dados subsidiarão a
proposição da Política Estadual de Mudanças Climáticas, em consonância com a
Nacional e outras políticas públicas relacionadas. O prognóstico também serve
para estimular a adoção de práticas e tecnologias mitigadoras das emissões dos
referidos gases. “Esses dados são uma importante ferramenta de apoio a
diversas finalidades, desde a gestão de riscos, aprimoramento regulatório,
formulação de políticas públicas, participação em mercados de carbono até o
estabelecimento de metas e compromissos”, afirma Renata Pereira.
Já o Índice de Vulnerabilidade Climática é o instrumento que aponta o grau de
suscetibilidade de cada município de Minas Gerais aos efeitos adversos do
clima. O índice é formado por três componentes principais: sensibilidade,
exposição e capacidade de adaptação. A Feam ainda apoia o Mapa de Áreas
Prioritárias, do IEF, que busca orientar as ações de conservação ou restauração
que contribuam para a promoção da resiliência de ecossistemas e populações em
lugares especialmente vulneráveis.

PARTICIPAÇÃO DE TODOS
Se por um lado as ações do poder público são importantes, a atuação das pessoas
faz toda a diferença para a reversão do quadro de mudanças climáticas. Segundo
Renata, é importante promover um aumento no nível de disposição das pessoas
para lidar com os esforços de mitigação necessários.
“As mudanças no comportamento de cada um quanto a consumo pessoal, energia,
comida e transporte são necessárias para atingimento das metas firmadas e
contenção do crescimento das emissões de gases do efeito estufa”, acrescenta a
gestora da Feam. Entre ações da rotina de pessoas e empresas que podem
contribuir muito para reverter uma situação de emergência climática, a Feam
destaca alguns exemplos:
PESSOAS:
- Promova o consumo consciente e escolha produtos com baixo uso de carbono.
- Dê preferência ao transporte compartilhado em detrimento aos veículos
privados.
- Reduza o consumo de energia diminuindo a temperatura do banho ou usando menos
o elevador, por exemplo.
- Reduza o consumo de água.
- Prefira caminhadas ou use a bicicleta ao invés dos veículos motorizados.
- Incentive e mobilize os líderes para que promovam ações ousadas em relação ao
clima o quanto antes.
- Apoie as empresas que protejam e restaurem a natureza.
- Repare, recicle, compartilhe e pegue emprestado.
- Não desperdice.
- Faça compostagem com restos de comida.
EMPRESAS:
- Invista no uso de energias renováveis.
- Reduza o desmatamento.
- Diminua viagens de avião para reuniões desnecessárias.
- Reduza a quantidade e impressões.
- Invista em eficiência energética nos processos produtivos e instalações.
- Promova e incentive a redução no uso de descartáveis.
- Reduza o consumo de água.
- Desenvolva atividades de conscientização junto aos funcionários.