Publicado em 05/05/2019 - geral - Da Redação
São Paulo e Minas
Gerais lideram a lista, que traz números referentes a 2018. Levantamento
realizado pela Seguradora Líder compara as indenizações por morte pagas pelo
Seguro DPVAT e dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública
Maio é o mês de
conscientização sobre a violência no trânsito e a realidade no Brasil ainda é
preocupante. Segundo um levantamento realizado pela Seguradora Líder,
administradora do Seguro DPVAT, em nove estados brasileiros o trânsito deixou,
em 2018, mais vítimas fatais do que os crimes de homicídio, latrocínio e lesão
corporal seguida de morte. O levantamento compara o total de indenizações pagas
por morte pelo seguro obrigatório e os dados das Secretarias Estaduais de
Segurança Pública. São Paulo e Minas Gerais lideram a lista, com 5.462 e 4.127
sinistros pagos por acidentes fatais no trânsito contra 3.464 e 3.234 óbitos
por crimes violentos, respectivamente.
Os nove estados
somaram mais de 17 mil pagamentos do Seguro DPVAT destinados à cobertura por
morte, representando 46% do total de sinistros pagos por acidentes fatais em
todo o país no ano passado. Já os crimes violentos somaram 12.559 óbitos no
mesmo período. Na sequência às localidades que lideram a lista, estão: Paraná
(2.712 sinistros X 2.088 mortes violentas); Santa Catarina (1.537 X 840); Mato
Grosso (1.143 X 978); e Piauí (1.111 X 615).
|
Mortes em 2018 |
||
|
Estado |
Trânsito |
Crimes violentos |
|
SP |
5.462 |
3.464 |
|
MG |
4.127 |
3.234 |
|
PR |
2.712 |
2.088 |
|
SC |
1.537 |
840 |
|
MT |
1.143 |
978 |
|
PI |
1.111 |
615 |
|
MS |
601 |
480 |
|
TO |
593 |
412 |
|
RO |
505 |
448 |
|
Total |
17.791 |
12.559 |
Fonte: Seguradora Líder/Divulgação
Em todos os
estados, as motocicletas estiveram entre os veículos com maior participação nos
acidentes fatais. No Piauí, elas foram responsáveis por 73% dos pagamentos de
indenização do seguro obrigatório para este tipo de cobertura. Os números
reforçam a distância do Brasil em relação ao cumprimento da meta fixada junto à
Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011. Na época, quando o país selou o
compromisso de reduzir pela metade o quantitativo de vítimas fatais no trânsito,
eram registradas 24 mortes a cada 100 mil habitantes. Em 2018, a dois anos do
fim do acordo, a média foi de 21.
Apesar do
crítico cenário, os dados indicam que os acidentes vêm diminuindo. Em 2017, nos
nove estados citados, foram pagas mais de 19 mil indenizações do Seguro DPVAT à
cobertura por morte. Em comparação ao ano passado, houve uma queda de 8%. Os
números da Polícia Rodoviária Federal da Polícia Rodoviária Federal ainda
mostram que, em 2018, foram registrados 69.114 acidentes de trânsito nas
rodovias federais de todo o país. Deste total, 5.259 foram fatais. Já em 2017,
foram contabilizadas 89.547 ocorrências, com o óbito de 6.245 vítimas.
“Apesar da
redução dos acidentes e das mortes, os números ainda revelam um cenário
preocupante da violência no trânsito brasileiro. Dados da PRF mostram que, no
ano passado, as principais causas das ocorrências foram falta de atenção à
condução, desobediência às normas de trânsito pelo condutor e velocidade
incompatível com o limite. Ainda é importante lembrar que o país obteve, pela
OMS, a pior classificação referente ao limite de velocidade em áreas urbanas. Com isso, torna-se
fundamental o constante investimento em prevenção, educação e medidas cada vez
mais rigorosas de fiscalização”, afirma Arthur Froes, superintendente de
Operações da Seguradora Líder.
Sobre
o Seguro DPVAT
O
DPVAT é um seguro obrigatório de caráter social que protege os mais de 209
milhões de brasileiros em casos de acidentes de trânsito, sem apuração da
culpa. Ele pode ser destinado a qualquer cidadão acidentado em território
nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre, e oferece três tipos de
coberturas: morte (R$ 13.500), invalidez permanente (até R$ 13.500) e reembolso
de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2.700). A
proteção é assegurada por um período de até 3 anos.
Dos
recursos arrecadados pelo seguro obrigatório, 50% vão para a União, sendo 45%
para o Sistema Único de Saúde (SUS) para custeio da assistência
médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito, e 5% são para o Denatran
(Departamento Nacional de Trânsito), para investimento em programas de educação
e prevenção de acidentes de trânsito. Os outros 50% são direcionados para
despesas, reservas e pagamento de indenizações.