Publicado em 23/07/2015 e atualizado em 23/07/2015 - geral - Luciano Marques
O presente é um tempo efêmero e quase imperceptível. Cada segundo que passa se torna passado, e se junta ao passado de outros segundos. Unidos, formam os minutos e, juntos, formam as horas, compõem os dias, as semanas e os meses, até que todos, ainda unidos, transformam-se nos anos, que vão tecendo nossa vida, como quem costura uma imensa colcha de retalhos.
O tempo, para uns, faz apenas envelhecer, ressecar o entusiasmo e diminuir a esperança e a fé em algo realmente Maior. Felizmente, nem todos pensam da mesma forma; mas, nós mesmos, muitas vezes, também já pensamos assim. O tempo, na verdade, representa o amadurecimento, a prova de que estamos vivos e ainda fazemos parte da construção da história, da nossa própria história.
Cada dia que as horas constroem se converte em experiência. Quanto mais tempo, mais preparados estaremos para aprender ainda mais com outras experiências que virão. Em outras palavras, estamos acumulando bagagem, o que, na linguagem contemporânea chamam de know-how, ou seja, todo conhecimento adquirido na prática de uma determinada tarefa.
Vale lembrar que o fato de acumularmos experiência não nos torna pessoas melhores, apenas aumenta a nossa responsabilidade. Com isso, precisamos nos disponibilizar mais, aprender a empreender o tempo, aplicá-lo em causas maiores, além dos nossos próprios interesses. No entanto, se ao contrário, persistirmos na velha desculpa da “falta de tempoâ€, se, continuarmos perdidos na confusão e na indecisão das nossas vontades, atrelados ainda à falta de prioridade para tudo, jamais teremos condições de ajudar quem quer seja, nem a nós mesmos.
E, para nos sentirmos sempre motivados e capacitados para o bem, precisamos rever alguns conceitos. Entre eles, o de felicidade. O que é felicidade? O que faz uma pessoa feliz? Para essas perguntas, com certeza, não existem respostas corretas; apenas diferentes, uma vez que, pessoas diferentes, têm, logicamente, necessidades e desejos distintos.
Respeitando a individualidade de cada um, o sentimento de felicidade, de uma forma geral, está diretamente ligado à satisfação pessoal, que, por sua vez, na maioria das vezes, está relacionada ao consumo, ou seja, condicionamos a felicidade ao ter. Não é mais ou menos assim que as coisas funcionam? Na verdade, a nossa ideia de felicidade é muito influenciada pela mídia, através do grande marketing injetado nas propagandas, incentivando, assim, de uma forma bem sutil, o consumismo desenfreado nos dias atuais.
A felicidade não pode ser limitada apenas aos prazeres efervescentes da vida. Seria salutar, por exemplo, se conseguíssemos enxergar essa questão de outra forma, por outro prisma, já que a verdadeira felicidade não está ao alcance das mãos. A felicidade é uma lente dos sentidos. Com ela, todos se transformam: quem é feliz, pode perdoar mais facilmente; quem perdoa aceita mais as pessoas, como elas realmente são. Só assim abandonaremos o velho hábito de julgar com os olhos, e nos permitiremos a enxergar mais com o coração.
Parece utopia, mas, para muitos é apenas mais uma missão, além de tantas outras. Tudo depende de como encaramos as coisas: se consideramos impossível, ficaremos na plateia, só assistindo; mas, se não nos contentarmos em ficar apenas aplaudindo àqueles que não acreditaram que seria impossível, seremos muito mais do que atores principais, que representam papeis já escritos; seremos, na verdade, os próprios autores da trama.
Existe um dito popular muito sábio que diz que “um cego não pode guiar outro cegoâ€. É verdade: não podemos correr o risco de cair e ainda levar conosco outras pessoas para o chão. Antes de nos preocuparmos em ser melhores aos outros, devemos nos tornar pessoas melhores para nós mesmos, em prol da nossa própria evolução moral e espiritual. Dessa forma, após lapidar nosso caráter, os nossos bons frutos brotarão e, inconscientemente, já teremos nos tornado pessoas melhores. Assim, vamos entender que a verdadeira caridade não dói, quando praticamos, nem nos torna melhores perante aos outros. Tudo é natural! É como andar para frente.
Portanto, o tempo da evolução é o presente, o agora! E, a cada um, cabe a difícil missão, a de evoluir!
Por: Luciano Marques