Publicado em 02/02/2016 - geral - Fernando de Miranda Jorge
E se invertêssemos o título para – As crianças e os velhos? Ah, não! Não estaríamos escrevendo isso aqui. Mas o poeta e jornalista Mário Quintana inverteu. E olhem no que deu: “Só as crianças e os velhos conhecem a volúpia de viver dia-a-dia, hora a hora, e suas esperas e desejos nunca se estendem além de cinco minutos”, ou menos. É. Os velhos, não os idosos, são vida. Vivida, vivência, experiência, importância. E o que é importante não muda. Mas... não dizem que o velho e a criança são iguais? Os velhos são crianças inocentes na sua velha idade. Para os dois não há desafios. Eles se entendem. Tudo está bom, qualquer coisa do agrado ao sorriso de um para o outro. Um carinho, um pirulito. Nós outros, perto deles, às vezes, nem compreendemos a profundidade dos dois. A criança gosta do velho e a recíproca é verdadeira. Seria o início e o fim. Não tem como separá-los. E para que separar? É bonito de se ver e de curtir os dois. É o velho. É a criança. E o somatório é a certeza da proclamação da vida. A velhice carrega consigo sinais de saberes, de alguém que já conheceu a renúncia e a beleza e, assim, soube viver. A infância não tem bagagem; ainda não conheceu as renúncias e as belezas do viver. Tudo é passado para um, e tudo é futuro para o outro. Assim sendo, o hoje é o bastante para ambos.
Fernando de Miranda Jorge - Jacuí/MG / E-mail: fmjor31@gmail.com