Publicado em 09/08/2015 - geral - Da Redação
A paternidade é trabalhosa, cansativa. Nem tudo é perfeito, mas não tem nada mais gratificante do que ver o sorriso de um filho”. A frase foi dita com propriedade pelo dono de casa Eduardo Costa Júnior, 34, mas poderia ser atribuída a tantos outros pais que, diante de algumas dificuldades, decidiram enfrentar o preconceito e abdicar da carreira para cuidar de um bem maior: os filhos.
Depois de várias tentativas para que a esposa engravidasse, a primeira filha do casal chegou quando Júnior estava desempregado. As complicações na gravidez e a volta da esposa ao trabalho com menos de dois meses de licença o fizeram optar pela paternidade em tempo integral. Levantar à noite, aliás, nunca foi um problema para ele, que também lida com as fraldas, mamadeiras e papinhas com bastante desenvoltura, mas enfrentar a higienização das filhas foi árduo. “Eu suava. Não de nervoso, mas de constrangimento pela intimidade que eu não pensava que ia ter tão cedo”, lembra.
Hoje o “Pai das Marias”, como é conhecido nas redes sociais, é assediado por amigos e mais de 28 mil seguidores ávidos por dicas. Usando um estilo de postagens bem “vida real”, Júnior diz querer apenas “abrir os olhos dos futuros papais”.
Ao contrário do que muitos homens imaginam, 64,6% das tarefas exigidas por um bebê podem ser feitas por um pai que trabalha fora em horário comercial. A constatação foi feita pelo arquiteto de software Flávio Marim, 36, depois de se sentir incomodado com a falta de companheirismo de outros pais. Ele fez uma planilha com toda a rotina.
Após o nascimento prematuro do filho Pedro, 2, e o término da licença maternidade da esposa Elaine Vasconcelos, 31, Marim mudou o turno do trabalho para cuidar do bebê e começou a contar as experiências no blog Turno do Dia. No seu texto de maior sucesso, Marim mostrou que, para cortar as unhas, gasta-se 20 minutos, e o procedimento acontece uma vez por semana, por exemplo. “A descoberta da paternidade vai acontecendo aos poucos, mas em pouco tempo se torna a coisa mais importante da sua vida”, diz.
O arquiteto de software também faz críticas aos benefícios que as empresas oferecem, muitas vezes voltados apenas para as mães, como creche ou mesmo uma licença para ir ao médico.
Para o empresário Rafael Del Col, 32, o universo dos penteados, “xuquinhas” e “piranhas” se tornou um desafio com a morte da esposa Tatiana, em um acidente de trânsito. Na época, a filha do casal, Raísa, tinha 2 anos, e o pai começou a contar sobre a rotina de um homem viúvo aos 30 anos no blog Diário da Raisinha. “Todos nós podemos ser quem quisermos. Assim como cuido da minha filha, qualquer homem pode cuidar. O que recomendo nos casos de falecimento da mãe é dizer a verdade para a criança. Tentei disfarçar, mas ela viu que eu não estava sendo sincero”, conta.
Fonte: LITZA MATTOS - JORNAL O TEMPO