Publicado em 02/07/2019 - geral - Da Redação
Em
ato solene, ministra Rosa Weber elencou principais ações da Corte entre janeiro
e junho de 2019
No ato solene de encerramento do primeiro semestre forense do
Ano Judiciário de 2019, realizado na segunda-feira (1º), a presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, fez um balanço das
atividades e dos julgamentos realizados pelo Tribunal no período. A ministra
comunicou que a Corte julgou 2.601 processos no primeiro semestre, abrangendo
tanto decisões colegiadas quanto monocráticas (individuais), o que representa o
dobro dos 1.339 processos (603 físicos e 736 eletrônicos) autuados na Corte
este ano.
A magistrada salientou que houve expressiva redução no acervo
processual do TSE, sem desconsiderar que a implantação do Processo Judicial
Eletrônico (PJe) nos tribunais de origem acarreta sensível aumento do
quantitativo de processos eletrônicos que chegam à Corte, quando comparados aos
processos autuados – tanto físicos quanto eletrônicos –, em relação ao
número de julgados.
Rosa Weber destacou também algumas atividades administrativas
empreendidas pelo TSE na primeira metade do ano. A ministra lembrou a
realização do Seminário Internacional Fake News e Eleições, ocorrido em 16 e 17
de maio, na sede do órgão, em Brasília. Segundo ela, o evento se traduziu em
uma oportunidade profícua de diálogo e reflexão. “E nos trouxe, como se sabe, o
intercâmbio de uma pluralidade de conhecimentos e experiências sobre esse
complexo e multifacetado fenômeno da desinformação no âmbito das eleições”,
acrescentou a magistrada.
A presidente ressaltou ainda o lançamento, em maio, do novo
Portal do TSE na internet. Rosa Weber informou que o site contempla melhorias
em suas funcionalidades e traz novos conteúdos, “a fim de torná-lo um canal
ainda mais eficiente de informação e de prestação de serviços aos cidadãos”.
TREs
e acordos de cooperação
A realização do Encontro deTrabalho com Presidentes e
Corregedores dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) também foi elencada pela
ministra. Para ela, a reunião representa um espaço de interlocução sobre
diversas questões do interesse dos Regionais e do TSE, em especial neste
momento de implementação, na Justiça Eleitoral (JE), da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) no Inquérito 4435, que reconheceu a
competência da JE para processar e julgar crimes comuns que apresentem conexão
com delitos eleitorais.
Em outro ponto, Rosa Weber salientou a celebração de dois
acordos de cooperação técnica firmados pelo TSE na última semana, um com o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e outro com o TRE do Paraná. O acordo entre
o TSE e o CNJ foi estabelecido para possibilitar o cadastramento biométrico da
população carcerária. “Iniciativa que corrobora o compromisso da Justiça Eleitoral
com a construção de uma cultura cidadã, na medida em que permitirá aos presos o
acesso a documentos de identificação civil, condição básica para possibilitar a
fruição dos direitos e a própria ressocialização”, lembrou a ministra.
Já o acordo assinado pelo TSE e pelo CNJ com o TRE paranaense
permitirá a integração de sistemas de informação para o aperfeiçoamento da
prestação jurisdicional, com menos burocracia, menos gastos e maior rapidez.
Outras
ações
A presidente do TSE enalteceu a qualificada atuação dos diversos
Grupos de Trabalhos (GTs)instituídos na Corte durante a atual administração.
“Um trabalho técnico de excelência, executado de forma coletiva e
multidisciplinar, que tem gerado bons frutos para a Justiça Eleitoral”,
observou.
A ministra comunicou, ainda, que está em regular execução o
cronograma das mais diversas atividades desempenhadas pelas áreas técnicas do
Tribunal voltadas à realização das Eleições Municipais de 2020, o que inclui o
processo de aquisição de novas urnas eletrônicas.
Com relação à execução orçamentária, Rosa Weber registrou o
pleno atendimento dos limites de gastos, em cumprimento ao Novo Regime Fiscal,
assim como as medidas necessárias para a manutenção do orçamento em 2020,
segundo diretrizes voltadas a assegurar a qualidade dos gastos, com o objetivo
de atender de forma adequada os eleitores.
Biometria,
ICN e OEA
A presidente do Tribunal também anunciou que o cadastramento
biométrico segue normalmente, com mais da metade do objetivo para 2019 já executado
(54,64%). A magistrada lembrou que, recentemente, foi superada a marca
histórica dos 100 milhões de registros biométricos na Justiça Eleitoral, o que
corresponde a 68,5% do total de eleitores do país.
Em outro momento, a ministra pontuou que já está previsto o
lançamento oficial da Identificação Civil Nacional (ICN), com a emissão da
Identidade Digital, dando início à execução do plano de trabalho celebrado com
o Ministério da Economia, fruto dos entendimentos realizados ao longo do
semestre.
Como último destaque do balanço, Rosa Weber assinalou a
divulgação do Relatório Final da Missão de Observação Eleitoral da Organização
dos Estados Americanos (OEA) nas Eleições Gerais de 2018. O relatório da OEA
qualificou como "profissional e robusto" o sistema de votação
brasileiro, ratificando a eficiência da urna eletrônica. O documento foi
apresentado pelo organismo internacional em 6 de março, em Washington, nos
Estados Unidos.
“A fim de contribuir para o fortalecimento dos processos
eleitorais no país, a Missão apresentou também observações e recomendações, que
foram por mim remetidas às áreas técnicas competentes do Tribunal. Nesse
sentido, destaco, em especial, que designei uma equipe de servidoras do TSE
para a realização de estudos e para a elaboração de propostas relativas à
defesa da valorização e da igualdade de gênero na política”, informou a
ministra, afirmando não ter dúvidas de que o primeiro semestre do ano foi muito
produtivo.
Rosa Weber informou que, durante o mês de julho, não obstante o
recesso forense, o Tribunal estará em plena atividade para dar sequência à
organização das Eleições de 2020 e funcionará, no que diz respeito à atividade
jurisdicional, em sistema de plantão, a fim de assegurar o exame de medidas
urgentes.
Edson
Fachin
Em nome dos demais integrantes da Corte, o ministro Edson Fachin
agradeceu à ministra pela condução dos trabalhos à frente da Presidência do
TSE. Segundo o magistrado, a Justiça Eleitoral tem realizado um papel de
extraordinária importância e já se prepara para as Eleições Municipais de 2020.
Para ele, a contribuição que a atual gestão tem dado é enorme. O
ministro destacou a serenidade e firmeza da ministra Rosa Weber, que, à frente
da Corte, chamou para si a racionalidade da confiança. “Vossa Excelência espelha
exatamente isso: a confiança na estabilidade do sistema normativo”, disse
Fachin.
MPE
Ao ter a palavra, o vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto
Jacques, afirmou que o Ministério Público Eleitoral (MPE) está encerrando o
semestre com a redução do acervo de processos em 72%. Ao afirmar que a meta é
zerar esse estoque, ele destacou que desse total existem apenas 82 processos
jurídicos e outros 174 processos de prestação de contas.
“É espantoso o crescimento do movimento de contas que já
responde por 40% do acervo de processos que passam pelo Ministério Público
Eleitoral”, ressaltou, ao lembrar que o TSE tem recebido muitos recursos cuja
temática não é o Direito Eleitoral e sim questões patrimoniais de partidos.
Segundo Jacques, é preciso se buscar formas de evitar processos repetitivos
para uma melhor prestação jurisdicional em todas as instâncias da Justiça
Eleitoral.
Processos
de prestação de contas
Em observação à fala do vice-procurador-geral Eleitoral, Rosa
Weber salientou a preocupação existente com o atual sistema de prestação de
contas. Ela lembrou que a equipe da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e
Partidárias (Asepa) recebeu um reforço de 10 novos servidores para atuação
específica a fim de dar mais agilidade aos trabalhos, uma vez que o julgamento
por parte do Plenário depende dos pareceres emitidos pela área.
A ministra ressaltou que o Grupo de Trabalho coordenado pelo
ministro Luís Roberto Barroso apresentou sugestões de alterações legislativas
no sentido de tornar as prestações de contas – tanto partidárias como
eleitorais – mais transparentes, de modo que também permitam, pela mudança de
rito, uma maior e mais efetiva fiscalização por parte da Justiça Eleitoral.
Rosa Weber também citou a necessidade de controle da execução
das decisões da Corte quando se tratar das multas aplicadas nesses processos.
“Com a sistematização das normas, é preciso uma uniformização das decisões para
que todos tenham o mesmo tratamento. Isso é de enorme importância, considerando
o princípio da isonomia”, disse a presidente do TSE. Segundo ela, o objetivo é
a adoção de medidas que possibilitem, até o final deste ano, o exame das contas
apresentadas até 2018. “Talvez seja um sonho, mas o projeto é este e nós vamos
procurar implementá-lo”, disse.
A presidente encerrou o ato solene agradecendo aos ministros,
diretores, assessores, servidores e colaboradores do TSE pelo trabalho
realizado no primeiro semestre. Também agradeceu aos integrantes do Ministério
Público Eleitoral e aos advogados. “Reitero os agradecimentos pelo inestimável
trabalho de todos”, concluiu a magistrada.
EM, CM/JB