Publicado em 21/05/2015 - geral - Da Redação
Neste sábado (23) o jornal A Folha Regional comemora seus 25 anos, completados em 2015, em um evento reservado a convidados no espaço Santa Rita Eventos, em Muzambinho, com a presença de Prefeitos, Vereadores, Deputados ex-Deputados e Secretários de Governo, além de empresários regionais. A maior festa política e empresarial da cidade terá shows com Lello e também Cantarelli.
Homenagem - Por ocasião do 20º aniversário do Jornal A Folha Regional, a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais prestou uma homenagem ao jornal no dia 02/08/2010, no plenário Juscelino Kubitschek, atendendo indicação feita pelo deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB), com assinatura de 47 deputados. A sessão solene foi presidida pelo 3º vice-presidente da ALMG, deputado Weliton Prado (PT), com transmissão ao vivo pela TV Assembleia.
O diretor Vagner Alves recebeu placa das mãos do deputado Sávio Souza Cruz, juntamente com Weliton Prado, com os seguintes dizeres: “Desde sua criação, em 1990, A Folha Regional cumpre com brilhantismo sua missão de levar informação de qualidade ao povo. Transparência e imparcialidade são as bases desse jornal, que, semana a semana, leva notícias a Muzambinho e a mais de 20 cidades do Sul e do Sudoeste do Estado.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais presta homenagem ao periódico A Folha Regional, que completa duas décadas de uma existência marcada pelo constante empenho em atender aos anseios de seus leitores e em contribuir para o desenvolvimento de toda a sociedade.
Belo Horizonte, 2 de agosto de 2010.
Deputado Alberto Pinto Coelho
Presidente”
Confira na íntegra o discurso do Deputado Sávio Souza Cruz.
23ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 2/8/2010
Palavras do Deputado Sávio Souza Cruz
Exmos. Srs. Deputado Weliton Prado, 3º-Vice-Presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representando o Deputado Alberto Pinto Coelho, Presidente desta Casa; Vagner Donizetti Alves, Diretor do jornal “A Folha Regional”, de Muzambinho; Sebastião Navarro, Secretário de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, nosso eterno colega; Sérgio Paoliello, Prefeito Municipal de Muzambinho; Vereador Marcos Donizetti da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Muzambinho, sob cuja gestão observamos, na integralidade, o conceito da independência dos Poderes, tão importante na construção da democracia; Marco Régis, colega, de quem pude buscar uma parte do imenso amor e da devoção da sua vida pública a Muzambinho, nosso sempre colega e grande embaixador de Muzambinho em Belo Horizonte e no País, ex-Deputado Estadual e ex-Prefeito de Muzambinho; Demerval Antônio do Carmo Filho, Presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado de Minas Gerais; colegas Deputados Carlos Mosconi, Célio Moreira e Antônio Carlos Andrada, com quem compartilho a responsabilidade e a honra de representar essa fantástica cidade nesta Casa.
A quem retorna no tempo e desentranha dos arquivos do passado a história de Muzambinho é fácil constatar que esse Município exerceu, desde os seus primórdios, uma função aglutinadora e convergente em toda uma vasta região do Sul e do Sudoeste mineiro.
De início, assim que passavam as bandeiras à cata do ouro, um ou outro aventureiro, avaliando as possibilidades da lavoura e da criação de gado, começou a fixar raízes na região. Aos pioneiros, no curso do tempo, vieram somar-se negros fugidos e descendentes de portugueses errantes. Os negros, que eram a maioria, habitavam mocambos, mocambinhos e ofereceram aos cursos d´água na região os nomes Muzambo e Muzambinho, o último dos quais viria a ser adotado mais tarde como denominação da localidade quando ela já estivesse formada. Naquele tempo antigo, contudo, na extensa vastidão de Minas, ainda um eldorado inexplorado a conquistar, a população incipiente que crescia em torno dos mocambos tomava o arremedo de um arraial, um povoado.
E de tal forma ele ganhava consistência que, em 1866, a Lei Provincial nº 1.277 tomou conhecimento oficialmente, deu a ele o “status” de Distrito e estabeleceu sua subordinação ao Município de Cabo Verde. Não se passaram mais do que 12 anos para que, em 1878, uma nova lei provincial, a de nº 2.500, elevasse o Distrito à categoria de vila, já com a denominação de Vila de Muzambinho. Em 1880, dois anos depois, editada nova lei provincial, a vila passou à condição de Município. Foi a vez de o Município de Muzambinho passar de agregado a agregador e começar a anexar Distritos: o de São Sebastião da Barra Mansa lhe foi subordinado em 1891 e, em 1911, o de Monte Belo. Desmembrados posteriormente em novos Municípios, os dois Distritos e a condição prévia de Distrito da própria Muzambinho mostram como, naquele tempo de formação do mapa político de Minas, as imprecisas fronteiras, os cambiantes limites distritais e municipais colocam a cidade como ponto de interligação entre arraiais, povoados, populações, economia, costumes, falares e tradições.
Mais de um século depois, a posição aglutinadora de Muzambinho volta a evidenciar-se, desta vez não na esfera geopolítica, mas na da comunicação, com a trajetória paulatinamente crescente do semanário “A Folha Regional”. Nem de início esse jornal quis ser meramente “A Folha de Muzambinho”. “Radarizando” corretamente o passado da cidade que tem como sede, “A Folha Regional”, desde a sua fundação em 1990, pretendeu retratar toda a densa realidade dos Municípios próximos a Muzambinho, que formam um colar de nada menos de 23 cidades numa das mais ricas e prósperas regiões de Minas. Além de Muzambinho, Alfenas, Alterosa, Arceburgo, Areado, Bandeira do Sul, Bom Jesus da Penha, Botelhos, Cabo Verde, Conceição da Aparecida, Divisa Nova, Guaranésia, Guaxupé, Itamoji, Jacuí, Juruaia, Monte Belo, Monte Santo de Minas, Nova Resende, Poços de Caldas, São Pedro da União e São Sebastião do Paraíso estão juntos da área de abrangência de “A Folha Regional”. Todas as principais conquistas e tragédias transcorridas em cada um desses Municípios são regularmente estampadas nas páginas do semanário; todos os personagens em evidência têm seu perfil decantado; todas as festas e congraçamentos, os esportes, os eventos nas escolas e em todas as comunidades ganham espaço também nessas páginas. Com esse escopo, o semanário recolhe e partilha, registra e devolve, torna de conhecimento comum, contribuindo decisivamente para a formação de uma identidade regional e de um sentimento especial de solidariedade entre a população dos 23 Municípios dessa forma irmanados.
Toda essa representatividade na esfera regional não se manifestou de imediato, num estalar de dedos, de um dia para o outro. Mesmo que correspondesse à ampla visão e aos arrojados projetos do dinâmico jornalista Vagner Alves, tal representatividade só foi obtida gradativamente, passo a passo, num trabalho que exigiu paciência, determinação, coragem, fé, competência e profissionalismo. Uma equipe coesa, especializada, sob a competente batuta de Vagner Alves, somou continuamente nesses 20 anos, de tal modo que “A Folha Regional”, na passagem do significativo aniversário, apresenta-se como uma publicação consolidada, reconhecida e valorizada.
História e idealismo, vocação local e profissionalismo. Esses fatores, se importantes, não são, contudo, os únicos que sustentam a posição consolidada de “A Folha Regional”. Possivelmente em grau maior, tal posição se deve à credibilidade do semanário e essa, por sua vez, deriva do compromisso com a imparcialidade e a objetividade, duas âncoras da qualidade do bom jornalismo. Se se pergunta a algum estudioso da comunicação, ele por certo afirmará que toda notícia é uma versão e que a realidade objetiva, alma da verdade, é de acesso impossível à avaliação humana. Humberto Maturana, por exemplo, ensina que “o observador é parte do observado”, pois aquele que observa não escapa da contingência de fatiar o fato observado e de fazer incidir seu foco de luz sobre a fatia a que seu próprio olhar é mais sensível. “Não existe opinião pública”, já disseram outros, “o que existe é opinião publicada”, apenas existe a versão que, aprisionada em palavras, apresenta-se como se fosse a expressão exata da verdade. A objetividade e a imparcialidade jornalísticas seriam, em conclusão, apenas um ideal a perseguir, um norte, um lema, o esquivo traçado de um roteiro.
Mesmo subscrevendo as considerações de tantos estudiosos, julgamos que a ética e a responsabilidade conseguem interpor fronteira entre a percepção naturalmente inexata do homem, sua capacidade insuficiente de leitura e a deliberação de deformar propositadamente a realidade. É deformador, por exemplo, o sensacionalismo, que tanto cansa atualmente nossas retinas ao insistir em focalizar detida e repetidamente os circos de horrores que brutalizam nosso cotidiano. É deformadora a espetacularização, que transforma em teatro os dramas ou alegrias das pessoas, devassa a intimidade e busca com sofreguidão os sinais exteriores de riqueza. Muito especialmente em nosso tempo, são deformadoras as verbas publicitárias oficiais. Minas Gerais é, nos últimos tempos, acabado exemplo de que o Estado anunciante exerce sobre a informação um papel cerceador mais forte que o dos canhões da ditadura. Invisíveis a olho nu, as verbas publicitárias atuam de forma dissimulada e, por isso, seu efeito é mais perverso. Sem que a comunidade se dê conta, elas alcançam favorecer que a opinião publicada seja a do interesse do governo e, ao assim fazer, minam subliminarmente a disposição para a contestação e adormecem a consciência crítica, vindo a comprometer substantivamente o processo de amadurecimento da cidadania.
“A Folha Regional”, muito felizmente, escreve história na via oposta à dessas tragédias da comunicação moderna. Em suas páginas, têm expressão com igual força os partidos políticos de diferentes colorações e as autoridades de diferentes partidos; nelas encontram lugar as correntes diversas de pensamento, as mais variadas crenças; nelas comparecem os mais distintos segmentos da sociedade, do mais anônimo cidadão à figura que alcançou posição de maior destaque; nelas se retratam tanto os fatos felizes quanto os infelizes, sem diferença de proporção. Ao trazê-los todos para suas páginas, “A Folha Regional”, que não se omite diante de desmandos, limita-se a reportar e a retratar, abrindo mão de toda carga de tinta que amesquinhe, deturpe, corroa ou exagere e, ainda, evitando concluir, de tal modo que se preserve o direito de decisão de cada leitor. Equilíbrio e isenção, eis o que em poucas palavras resume o perfil de “A Folha Regional”. É indiscutível, por esse ângulo, o papel que o semanário exerce como agente favorecedor da democracia e isso num país que apenas há muito pouco tempo, há menos de três décadas, começou efetivamente a escrever sua história em direção ao Estado Democrático de Direito, o único capaz de atestar a maturidade política de um povo.
Com essas credenciais, “A Folha Regional” chega a seus 20 anos como exemplo de bom jornalismo. Sentimo-nos gratificados a celebrar nesta Assembleia, em nome do povo mineiro, a passagem desse aniversário, pois podemos constatar que não é apenas uma data o que celebramos, mas a qualidade de um grande semanário do interior mineiro.
“A Folha Regional”, possivelmente por entender que é a partir de sua aldeia que um aldeão faz a leitura do mundo, defende que “o melhor jornal do mundo é o jornal de sua cidade”. Nós entendemos nesta Assembleia que há outras razões justificando essa acertada epígrafe. Se é certo que “A Folha Regional” oferece à região a própria imagem, certo é também que ela o faz com plena responsabilidade, dona de uma postura que a qualifica como prestadora de um serviço de verdadeira utilidade pública. Por essas razões excepcionais, senhores, senhoras, “A Folha Regional” efetivamente oferece à região a que serve o melhor jornal do mundo. Muito obrigado.