Publicado em 29/07/2015 - geral - Da Redação
Nesta semana, o SINASEFE informou à nossa reportagem a adesão do Câmpus Muzambinho à greve nacional dos servidores federais a partir da sexta-feira, 31/07. A deliberação ocorreu em assembleia geral realizada no dia 27/07. O Sindicato da categoria também comunicou a realização de debates com os estudantes para maiores esclarecimentos sobre as motivações da greve. Os debates ocorreram no ginásio poliesportivo do Câmpus Muzambinho no dia 29/07.
Entre os diversos motivos da greve estão o repúdio ao corte de verbas para a educação federal na casa dos R$ 9,4 bilhões, de consequências preocupantes para os Institutos e Universidades Federais brasileiras. Os servidores também pleiteiam a reposição salarial sobre as perdas acumuladas no último período 2010/2015, na casa dos 19%.
A pauta de reivindicações ainda inclui:
- data base em 1º de maio, sendo este um direito constitucional dos trabalhadores;
- direito de negociação coletiva;
- aprovação imediata dos projetos de interesse dos servidores, como política de valorização dos aposentados, jornada de trabalho, igualdade de gênero no trabalho, entre outros;
- retirada dos projetos do Congresso Nacional que atacam os direitos dos servidores, como por exemplo a regulamentação da terceirização;
- isonomia salarial e de todos os benefícios entre os poderes;
- política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias;
- índice linear de 27,3%;
- paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas.
A categoria também aproveita para apresentar uma pauta local para abertura de negociações com as instâncias locais (reitoria e direção geral), com as seguintes reivindicações:
- 30 horas para os TAEs: participação na comissão local que definirá os setores aptos a cumprirem a jornada;
- fim do ponto docente;
- contra qualquer tipo de ponto eletrônico;
- assento no CONSUP para as representações sindicais;
- suspensão do calendário acadêmico no período de greve;
- regulamentação das remoções docentes;
- pagamento de vale transporte para servidores que se deslocam em veículo próprio para o trabalho;
- estabelecimento de critérios objetivos para aproveitamento de concursos e definição das vagas para concursos;
- regulamentação das ações e consulta à comissão de acompanhamento do plano diretor dos campus.
POSIÇÃO DO DIRETOR GERAL - Falando à nossa reportagem na terça-feira, 28/07, o diretor geral do Câmpus Muzambinho, Prof. Luiz Carlos Machado Rodrigues esclareceu que ainda não tinha recebido nenhuma comunicação de greve. Porém, mesmo que de forma oficiosa, tinha conhecimento da movimentação no Câmpus Muzambinho. Reconhece que a paralisação é um direito de todos os servidores, mas desejando que a manifestação deve ocorrer de forma sensata e pura no sentido de mostrar a insatisfação. Portanto, estava aguardando a manifestação do sindicato para tomar as providências necessárias. “A nossa função enquanto gestor é garantir o patrimônio público, o direito ao trabalho para as pessoas que assim quiserem e também garantir o direito das pessoas à greve”, disse o diretor. Ao mesmo tempo, os alunos terão a garantia de que as aulas serão repostas no tempo adequado.
O diretor também analisou as duas principais motivações de insatisfação dos servidores, sendo o corte de verbas para a educação federal na casa dos R$ 9,4 bilhões e reposição salarial. Luiz Carlos confirmou a revolta daqueles que vivenciam e trabalham diariamente com os cortes promovidos. Até porque sentem na pele a falta de reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem.