AMOG se mobiliza por regionalização da saúde

Publicado em 27/11/2009 - politica -

963_16No dia 24/11, a AMOG – Associação dos Municípios da Micro Região da Baixa Mogiana, com sede em Guaxupé, promoveu importante reunião com prefeitos e secretários de saúde de municípios associados. Participaram os prefeitos Sérgio Esquilo (Muzambinho – presidente da AMOG), Marcelo Nunes de Souza (Alterosa), Antônio Roberto da Costa (Arceburgo), Adênio Siqueira Danziger (Bom Jesus da Penha), Cláudio Augusto Siqueira (Cabo Verde), João Carlos Minchillo (Guaranésia), João Arantes Vieira (Jacuí), Ronei Vitor de Brito (Nova Resende), Paulo Geraldo Honório Pereira (São Pedro da União) e Jaqueline Mioto (Secretária de governo em Botelhos). Entre os temas debatidos, a eleição do presidente da AMOG para o exercício de 2010. A realização do pleito foi agendada para o dia 15 de dezembro. Também foi decidido que Nova Resende será a sede dos JAMOG no próximo ano. Por fim, destaque ainda para a possível filiação do município de Bandeira do Sul, através do prefeito José dos Santos (“Zé Capituva”).
Porém, o tema mais importante debatido foi o grande esforço para a implantação do UPA – União do Pronto Atendimento. Nossa reportagem ouviu os esclarecimentos necessários.

963_14ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
- O Secretário Municipal de Saúde em Cabo Verde, Luiz Carlos Dias (“Banha”), falou aos prefeitos e representantes dos municípios. Segundo ele, a UPA é um trabalho desenvolvido pelo governo do Estado com o objetivo de organizar o atendimento de urgência e emergência nos municípios da região Macro Sul. O trabalho está dividido em UPA 1 (municípios com população acima de 50 mil habitantes), UPA 2 (acima de 100 mil) e UPA 3 (acima de 170 mil). Cada UPA vai receber um valor para estar adaptando a estrutura de saúde: UPA 1 (em torno de R$ 1.300.000,00), UPA 2 (R$ 1.500.000,00) e UPA 3 (R$ 1.700.000,00), além de um valor mensal. O secretário afirma que é um programa significativo e de grande importância para a região no sentido de organização do atendimento de urgência e emergência nos municípios.
Luiz Carlos explica que atualmente os municípios pagam o plantão 24 horas e atendimento de urgência e emergência. O valor repassado aos hospitais varia entre 50 e 100 mil reais por mês. A UPA estará organizando este serviço através de uma nova estrutura, instalações adequadas e novos aparelhos. O atendimento deverá ser feito dentro do próprio município.
O secretário ainda comentou as dificuldades enfrentadas com o SUS Fácil, sistema que regula as internações de pacientes. Revelou que o programa não tem autonomia com os prestadores de serviço, que podem aceitar ou não a internação. Com isso, muitas vezes o paciente corre o risco de chegar à morte por um problema burocrático. Os municípios reivindicam uma organização deste serviço.
Indagado sobre a possibilidade de criação de um Hospital Regional Modelo, Luiz Carlos comentou que este já existe, citando o hospital de Guaxupé. Até porque já recebe recursos do Estado e tem que prestar 85% de seu atendimento através do SUS. Portanto, não é necessário equipar um hospital. “O nosso hospital de grande porte para atender média e alta complexidade é em Guaxupé. E eles têm que nos atender”, disse. O secretário avisou que a diretoria do hospital de Guaxupé será procurada. Caso não haja uma abertura, os municípios vão procurar a Secretária de Estado da Saúde na busca dos seus direitos. Além disso, contatos também serão mantidos com o hospital e prefeitura de Muzambinho para que uma nova alternativa seja encontrada. Também é intenção aproveitar a boa estrutura existente em outros municípios da região.
Luiz Carlos observou que a região tem feito vários investimentos. Porém, os prestadores de serviço ainda mantêm uma mentalidade retrógada, sem entender que não irão sobreviver sem o SUS. Até porque o dinheiro é pouco, mas é destinado. Falta apenas um atendimento humanizado e de qualidade.

963_15SAÚDE TERÁ UMA AÇÃO DEFINITIVA - O presidente Sérgio Esquilo (prefeito de Muzambinho) destacou a importância da reunião ocorrida. Até porque tratou de um tema considerado o “Calcanhar de Aquiles” de qualquer prefeitura, que é a área de saúde. Também foi importante para alavancar a criação de um Hospital Regional na micro região da AMOG. Para tanto, existe a integração entre os secretários de saúde dos municípios. “Queremos dar um melhor dinamismo para a saúde na nossa região”, disse. O prefeito declarou que mortes vêm ocorrendo devido às dificuldades com o SUS Fácil. Agora, o secretário Luiz Carlos (Cabo Verde) vem atuando junto aos secretários de outros municípios. Um diagnóstico do setor será apresentado no dia 15/12, possibilitando uma ação definitiva na busca de maiores benefícios para a população. Serão convidados os superintendentes de saúde de Alfenas e Passos, bem como os deputados que representam a região.
Quanto à filiação de Bandeira do Sul, o presidente valorizou a iniciativa do prefeito Zé Capituva, reforçando o trabalho desenvolvido pela AMOG. Principalmente, fortalecendo a associação junto aos governos estadual e federal.