Publicado em 02/04/2009 e atualizado em 02/04/2009 - politica -
O deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Antônio Carlos Arantes (PSC) participou nesta quarta-feira, 1º de abril, do programa de TV Assembleia Debate da TV Assembleia, onde teve a oportunidade de ponderar sobre a crise na cafeicultura.
Participaram também o produtor Erick Miranda Abreu, um dos grandes organizadores da Marcha do Café, movimento ocorrido no dia 16 de março; o presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial Vanderlei Jangrossi (PP) e o chefe do Centro de Pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) – seção Sul de Minas - Gladyston Carvalho. Em seu discurso inicial, Antônio Carlos enumerou os grandes problemas que rondam a vida do cafeicultor: “A nossa Comissão aqui na Assembleia já discutiu o empobrecimento do produtor há dois anos e naquela época já enumerávamos os tormentos que rondam a vida de quem depende do campo: a legislação trabalhista; a legislação ambiental impraticável, a falta de segurança no campo; o aumento absurdo do custo de produção em torno de 500% nos últimos 14 anos contra um aumento de pouco mais de 20% na saca do café, as questões climáticas que também não tem ajudado com chuvas fortes e temporais de granizo, sem falar nas estradas vicinais que não possuem condições de tráfego e atrapalham o escoamento da produção em função da falta de investimentos por parte das prefeituras, penalizadas pela falta de recursos”.Responsabilidade do Governo Federal
Vanderlei Jangrossi explanou que o Governo Federal é o grande responsável pela cadeia produtiva do café. “O Governo precisa tomar medidas para tornar a vida do produtor mais digna, afinal é ele que vem enfrentando as conseqüências desta falta de política”, falou.
Arantes relembrou também a responsabilidade do Governo Federal, que deveria, de acordo com ele, proteger o produtor. “A China por exemplo quando não quis mais comprar soja do Brasil, criou políticas para isto”, exemplificou.
Já Erick enfatizou que a crise do café é pontual. Segundo ele, está na produção. “O consumo é bom, as exportações cresceram, mas o produtor precisa que o Governo dê um preço mais justo a saca”, salientou.
Marketing do café e inserção da tecnologia
Gladston da EPAMIG destacou que é preciso também melhorar o marketing do café. “Precisamos melhorar a divulgação sobre os benefícios que o café traz a saúde das pessoas”. O pesquisador citou que é fundamental expor às pessoas sobre a importância da geração de 10 milhões de empregos que a cadeia do café produz, dos sacrifícios que o homem do campo enfrenta de sol a sol para que o brasileiro tenha a comida na sua mesa.
O representante da EPAMIG lembrou também a importância de se adotar a tecnologia nas safras do agricultor, mas fez ressalvas ao se recordar que o produtor está descapitalizado para estes investimentos.