Publicado em 13/08/2016 - politica - Da Redação
Na última semana, a Polícia Civil cumpriu ordem de busca e apreensão na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Muzambinho, fato noticiado por este semanário. Procurado pela reportagem, o Juiz de Direito da Comarca, Dr. Flávio Umberto Moura Schmidt, esclareceu que a investigação foi motivada por denúncia ao Ministério Público.
A autoridade do Judiciário relatou que o inquérito ainda está em andamento, sendo que a investigação teve início a partir de uma requisição do Ministério Público, motivado por uma denúncia recebida. O MP encaminhou a denúncia à Polícia Civil, sendo que o delegado Dr. Adnan Cassiano Grava iniciou o trabalho de investigação. Daí houve a necessidade de um mandado de busca e apreensão. Examinando os documentos com muito cuidado, o Juiz reconheceu a existência de elementos para deferir o pedido do mandado de busca e apreensão. Como não pode comentar processos em andamento, o Juiz apenas revelou que a denúncia envolve o ex-presidente do Sindicato e atual vereador, Cleber de Oliveira Marcon.
MALDADE, VENENO NA LÍNGUA E INOCÊNCIA
Usando a tribuna do Legislativo no dia 08 de agosto, o vereador Cleber Marcon fez seu pronunciamento como líder do PRB. Iniciou agradecendo os pré-candidatos a prefeito do município, citando Marco Regis, Sérgio Paoliello e Paulinho Magalhães. Contou que teve o prazer e alegria de ser cogitado como possível candidato a vice-prefeito desses “grandes nomes” de Muzambinho. Entende que este fato demonstra que seu nome é reconhecido e valorizado. Também agradeceu a população, pois seu nome aparece bem nas pesquisas de intenção de voto para vereador.
Por outro lado, Cleber Marcon lamentou: “A política de Muzambinho é muito maldosa”. Argumentou que, quando as pessoas se destacam, acabam sendo “podadas” por grupos políticos adversários e pessoas que não conseguem executar um trabalho para se promover. O vereador comentou que tem passado por esta situação nos últimos dias, devido aos muitos boatos, fofocas e conversas de rua. “Tenho a minha consciência tranquila sobre tudo que estão falando”, garantiu.
Cleber Marcon confirmou a existência do inquérito em curso, que corre em segredo de justiça, mas que abrange uma questão eleitoral. Mas alguns candidatos a vereador e a prefeito, com os ânimos exaltados e diante da possiblidade de apoio a um opositor, saem fazendo “fofoca” pelas ruas da cidade. O vereador e ex-presidente do Sindicato garante que no processo não tem nada referente a câmeras em sala de ginecologia ou banheiro. Parabenizou o delegado Dr. Adnan que está conduzindo as investigações e o inquérito com muita prudência e imparcialidade. Para ele, a apreensão dos computadores do sindicato e laudos do sistema de monitoramento irão provar para a população de que os fatos não existem. “A minha vida é um livro aberto. Não tenho nada a esconder. O que fiz nos últimos quatro anos foi trabalhar, ajudar e lutar pela população de Muzambinho. Mas os frutos que estamos colhendo tem incomodado muita gente”, garante. Disse que pessoas más da cidade usam o veneno da língua para denegrir a imagem das pessoas, sem pensar em família. Afirmou ainda que nos próximos dias, depois da investigação da polícia, poderá mostrar a verdade dos fatos. “Não precisam se preocupar muito comigo não porque não sou candidato nem a prefeito e nem a vice-prefeito, simplesmente a vereador. Não ofereço tanto risco a algum candidato a prefeito”, finalizou.
COLEGA DESABAFOU E TRIPUDIOU
O vereador João Pezão solicitou o uso da palavra como líder do PSC. Contou que se interessou muito pela vida pública de Muzambinho porque observava versões diversas. Hoje, entende que certos candidatos são eleitos por “um jogo de cartas marcadas”, que acabam planejando e organizando coligações. Já os candidatos a prefeito, sem muito o que fazer, acabam aceitando a situação, pois apoio político sempre é bem-vindo.
Em seguida, João Pezão comentou que o presidente anterior da Câmara (sem citar o nome de Cleber Marcon) tentou difamar a sua pessoa. Na oportunidade, o mesmo determinou a instauração de inquérito contra ele e Canarinho. E desabafou: “A verdade cabe em qualquer lugar. Vem aqui e dá uma de coitadinho e santinho. O que será que aconteceu? Será que eu preocupava e era tão importante assim ou simplesmente queria me ridicularizar?” Disse que poderia ter sido chamado no gabinete da presidência da Câmara para que os fatos fossem apurados. Por fim, João Pezão argumentou que a política está precisando de bom caráter e pessoas idôneas, que realmente tem o peso da palavra. Afirmou que tem uma vida toda na comunidade de Muzambinho. “A pessoa que me antecedeu (Cleber Marcon) queria me julgar como ladrão. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Não tenta chorar porque os fatos estão aí”.
Cleber Marcon solicitou a palavra, alegando que foi indiretamente citado. Manifestou seu entendimento de que o vereador João Pezão também está muito preocupado com a sua vida. Sugeriu para o mesmo executar melhor o seu trabalho, se preocupando mais com a própria vida pública.
INDIGNAÇÃO COM PRESÍDIO
A vereadora Silene Cerávolo também solicitou o uso da palavra como representante do DEM. Para ela, existem fatos mais relevantes e importantes que deveriam preocupar os vereadores. Um desses fatos é a possibilidade de vinda de um presídio para Muzambinho. Estranhou a falta de mobilização da comunidade, principalmente considerando o que um presídio pode trazer para uma cidade. Segundo ela, um presídio pode trazer gangues e formar grupos de assassinos e ladrões, acabando com o sossego da comunidade. Além disso, atrás dos presidiários, vem as famílias, parentes e pessoas que podem querer aproveitar da situação e “embaralhar” a vida social da cidade. A vereadora argumentou que, no mínimo, seria necessário a realização de uma audiência pública, plebiscito ou algum movimento contra a vinda do presídio para Muzambinho. Questionou o motivo pelo qual a cidade não recebe, ao invés do presídio, uma escola, faculdade, recurso para reformar o teatro ou um projeto para melhorar a situação social das famílias. Também questionou se um presídio vai gerar emprego e renda. Terminando alertando a população quanto à necessidade de algum movimento que mostre indignação. Até porque fala-se que a cidade poderá receber 500 presidiários, devido ao fechamento de cadeias em outras cidades. Segundo ela, o prefeito tem que conhecer a opinião pública, pois ele tem força para impedir a vinda de um presídio para Muzambinho.