Arantes abre Ciclo de Debates sobre Agricultura Familiar na Assembleia

Publicado em 31/08/2012 - politica - Da Redação

Números da balança comercial, crédito, legislação ambiental, segurança no campo, investimento em estradas e estímulos ao setor ocuparam a primeira fala do deputado

O presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) abriu, oficialmente, na quarta-feira, 29, o ciclo de debates “Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável” na própria Assembleia mineira. Estavam no evento também diversas autoridades como o secretário de Estado de Agricultura Elmiro Nascimento, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva; deputados Rogério Corrêa (PT) e Liza Prado (PSB), o presidente da EMATER Marcelo Lana Franco; entre outras autoridades, além de dezenas e dezenas de produtores, representantes de Sindicatos do setor e cooperativas.
Em sua primeira exposição, Arantes lembrou que o setor agropecuário movimenta a saúde comercial do Brasil. “Tirem a agropecuária do País para ver”, disse em tom de reflexão. O deputado lembrou que apesar de a agricultura familiar no Brasil só utilizar 20% das terras, a produção no campo representa 70% do alimento que chega para o cidadão. Arantes enfatizou a grande contribuição do setor na balança comercial brasileira.
Sobre acesso de capital ao produtor, o parlamentar ponderou que há 25 anos o crédito era pouco, chegava atrasado e era caro, mas salientou: “Hoje temos mais crédito, chega na hora certa, e é barato. Tudo parece uma maravilha, mas mesmo com crédito barato, não adianta muito se não houver tecnologia e isto se faz com assistência técnica”, questionou. “Hoje temos o serviço de pesquisa e a qualidade dos técnicos da Emater, mas precisamos que o Governo coloque recursos para que haja mais técnicos à disposição dos produtores e mais recurso para investir em pesquisas”, ponderou.
Arantes mencionou também a questão das leis. Segundo ele, a legislação ambiental não deveria tratar o produtor como um criminoso. “O Novo Código Florestal Brasileiro logo estará 100% ativo, mas ainda há várias medidas que precisam ser discutidas e aprovadas. Sem contar que a legislação brasileira é a mais rígida do mundo e a mineira é ainda mais rígida que a brasileira, mas eu e outros deputados como Fabiano Tolentino, Paulo Guedes, estamos trabalhando para que o código florestal mineiro seja compatível com o produtor e com a necessidade e a realidade dele”.
O político não se esquivou de falar de segurança no campo. De acordo com suas ponderações, havia tranquilidade antigamente na roça, mas hoje o quadro mudou. “Muitos produtores hoje vivem com insegurança. Falta mais policiamento e ações e o Governo do Estado alega falta de recursos e realmente o Governo Federal tem repassado pouca verba para a segurança em Minas. Precisamos dar esta tranquilidade a esse cidadão que produz alimento, e por isto, temos nos reunido com os comandos da PM e da Polícia Civil e com a secretaria de Defesa Social para tentar buscar soluções ou amenizar o problema”.
Antônio Carlos destacou o programa “Caminhos de Minas” do Governo do Estado, que está asfaltando pontos estratégicos, ligando cidades importantes e que tem ajudado no desenvolvimento de várias regiões, inclusive, no escoamento da produção. O deputado tem dito também sobre a proposta do secretário de Transporte e Obras Públicas Carlos Melles em melhorar o estado das estradas vicinais para dar agilidade na chegada dos produtos aos compradores e possibilitar mais segurança aos estudantes da zona rural. “Tem casos de alunos nossos gastando uma média de 2 horas para ir e 2 horas para voltar da escola e isto não podemos permitir”.
Finalmente, Arantes divulgou que o objetivo do evento é divulgar e ouvir as opiniões das autoridades envolvidas, principalmente no que diz respeito aos projetos que possam realmente melhorar a vida do produtor rural. Ele finalizou com a seguinte reflexão: “Preocupa-me, pois sou produtor e se não houver medidas que estimulem a permanência do homem no campo, seremos fatalmente a última geração de produtor rural”.

Assessoria de Imprensa