Assembleia realiza debate sobre política do café

Publicado em 24/11/2009 e atualizado em 24/11/2009 - politica - Assessoria de Imprensa

963_06Arantes defende ações constantes da ALMG para contribuir com uma política mais justa ao cafeicultor e aos trabalhadores do setor

O vice-presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) e o presidente da Comissão de Saúde, deputado Carlos Mosconi (PSDB) foram os propositores de um debate público que discutiu a política do café: sua importância na economia e na saúde do Estado. O evento ocorreu nesta segunda-feira, 23 de novembro, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Estiveram presentes as grandes lideranças da cafeicultura do Estado e do País. Prestigiaram o debate o vice-governador Antônio Augusto Anastasia; o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana;, o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Portugal;, o presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho, que fez a abertura oficial do seminário; o deputado e presidente da Comissão de Política Agropecuária Vanderlei Jangrossi (PP); a professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Rosemary Pereira; o subsecretário de Vigilância e Saúde Luiz Felipe de Almeida Caram; o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) Gilson Ximenes, o deputado federal Carlos Melles (DEM), o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Robério Oliveira Silva; o representante do Movimento SOS Café Eduardo Chaves, o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) Breno Pereira; o vice-presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) Carlos Augusto, além de vários representantes de sindicatos, cooperativas e associações de produtores. Um dos grandes motivos que estimulou Arantes a viabilizar o debate é por saber da representatividade do produto no Estado. Para se ter uma idéia, 83% do café exportado do Brasil sai de Minas Gerais.
963_07Antônio Carlos lembrou que o café gera em seu Produto Interno Bruto (PIB) no mundo cerca de U$ 80 bilhões e reiterou que o produto é muito associado a milhões de empregos, armazéns novos, grandes caminhões, portos secos movimentados, contudo, alertou: “Tudo isto seria muito bonito, se não fosse o pobre do produtor rural humilhado, sofrido e escravizado. Da porteira para fora tem sido um produto diferenciado”. Segundo ele, o governo brasileiro não tem olhado para o produtor, aquele que trabalha e gera desenvolvimento. O político criticou a desorganização da política do café no Brasil, muitas vezes piorada pelo sistema capitalista perverso.Arantes fez uma menção de que antigamente quem dominava o campo “eram os barões do café, hoje 80% está nas mãos de pequenos proprietários, sem condições de arcar com suas próprias contas, descapitalizados, não podem pagar os estudos dos próprios filhos”.
Arantes mencionou sua experiência positiva no encontro internacional do Café em Londres, quando percebeu que o consumo do produto cresceu bastante. “O pessoal lá fora toma café com gosto”, mencionou. O parlamentar disse também que o Governo de Minas tem contribuído bastante com o cafeicultor com os programas Pró-Acesso e Pró-MG, que tem, respectivamente, realizado ligações asfálticas onde não existia e recuperado estradas que necessitavam de obras emergenciais para o bom escoamento da produção; com ações policiais que desmontaram quadrilhas como a do PCC, que atacavam a zona rural na região de Campos Gerais, Campo do Meio, Alterosa, Carmo do Rio Claro, Ibiraci e Alfenas e com concursos que estimulam a plantação de cafés de qualidade.
O deputado citou também um exemplo simples da benfeitoria do café na vida das pessoas. Em seu depoimento, ele se recordou de uma fala de uma professora da Escola Estadual Nossa Senhora da Aparecida de Guaxupé, unidade estudantil que realiza atividades em tempo integral, “A escola da diretora Enilda adotou o café como uma bebida que passou a ser ingerida pelos alunos três por dia e com isso foi acelerado o pensamento da meninada, porque antes havia melhorado o convívio, mas as crianças estavam desatentas”. 
Por fim, Arantes disse que vai requerer a criação de ações semanais para a Assembleia fornecer sua contribuição em defesa dos interesses dos produtores rurais.

Alguns depoimentos de atores do debate

Presidente da Assembleia Alberto Pinto Coelho
“A Assembleia é um palco de muitos debates que tematizaram o café como assunto principal. Se for preciso, continuaremos a utilizar a influência política para fortalecer a cafeicultura em Minas e no Brasil”.

Vice-governador Antônio Augusto Anastasia
“Temos que agregar valor ao café, vamos acompanhar, fiscalizar e estimular o Governo Federal pela melhoria de uma política mais compatível ao café”

Deputado federal Carlos Melles
“O nosso agronegócio continua fazendo bonito, mas o País como grande exportador de commodities como o café precisa tomar cuidado, porque se não houver uma política interna de café, os atores serão outros (uma alusão à conquista sedenta de terras pelas multinacionais), os produtores serão expulsos do campo. Se houver política interna do café, faz-se renda para ele (Brasil) e para os demais países”.

Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Gilman Viana
“É preciso novas tecnologias para dar novas possibilidades ao cafeicultor”.

Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) Gilson Ximenes - palavra dita ao vice-governador Anastasia e muito elogiada por Antônio Carlos pela legitimidade da representação
“Precisamos dar uma solução para as dívidas dos cafeicultores, não queremos ser perdoados, queremos pagar, mas precisamos de uma política coerente com a nossa realidade. Precisamos da ajuda do Governo de Minas nesta luta”.
Ximenes elogiou Arantes e Mosconi pela iniciativa do debate.

Professora da UFLA Rosemary Pereira
“A cafeína melhora o estado de alerta das pessoas e este dado é responsável pela divulgação mundial dos benefícios do café... O produto diminui riscos de doenças ligadas ao fígado e ao coração”. A expositora mencionou sobre a redução do colesterol, o auxílio no combate a doenças coronarianas, a proteção contra o Diabetes do tipo 2 e até na prevenção de alguns tipos de Câncer.

Robério Oliveira do Ministério de Agricultura
“Podemos utilizar o marketing do café como ponto estimulador”