Publicado em 01/10/2016 - politica - Da Redação
Com maior visibilidade na política, ao menos 84 candidatos transexuais disputam uma vaga nas Câmaras e prefeituras Brasil afora em 2016, segundo levantamento feito Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e pela Folha.
As candidaturas trans ganharam volume nas eleições de 2012, a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Transexuais e Travestis) listou 31 travestis e trans concorrendo no país, menos da metade das registradas neste ano.
De acordo com a professora Luiza Coppieters (PSOL), candidata à Câmara de São Paulo, o aumento, significativo, se dá “porque a sociedade começou a discutir as questões dos transexuais”.
“A gente começou a aparecer, e temos demandas bastante específicas”, diz ela. “Além disso, acho que há uma politização do movimento, não estamos mais lutando só pela garantia de direitos básicos, mas indo além.”
O partido com maior número de transexuais na disputa é o PSOL, com 15 candidaturas espalhadas pelo país. Destas, duas fazem um feito inédito: pela primeira vez, mulheres trans disputam um cargo majoritário no país.
Elas são a baiana Samara Braga, 33, e a paulista Thífany Félix, 46, que concorrem, respectivamente, às prefeituras de Alagoinhas (108 km de Salvador) e Caraguatatuba (178 km de São Paulo).
De Salvador, Samara mora desde 2004 em Alagoinhas, cidade onde nasceu Jean Wyllys (PSOL), primeiro deputado federal assumidamente gay a defender a bandeira LGBT no Congresso Nacional.
“Sou de uma família muito rígida, religiosa. Quando assumi minha identidade como mulher, eles deixaram de me dar apoio”, diz. Há dois anos, filiou-se ao partido do deputado, inspirada por sua atuação: “Cansei de observar passivamente as desigualdades e o desrespeito a minorias. Não podia ficar de braços cruzados”, afirma.
Já Thífany Félix, de Caraguatatuba, tem um histórico anterior na causa LGBT. Participou de fóruns voltados para a população transexual, e foi candidata a deputada estadual pelo PSB.
A ideia de inspirar outras mulheres foi o que levou Thífany à disputa. “A maioria acha que trabalho para transexual é só beira de estrada, fazer programa. Quero mostrar que elas podem ser o que elas quiserem.”
(COM INFORMAÇÕES DA FOLHA DE SÃO PAULO)