
Em audiência realizada na manhã de quarta-feira, 18 de agosto, por requerimento do d
eputado estadual Antônio Carlos Arantes (foto), a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (Alemg), discutiu os desafios e potencialidades do município de Capitólio e Lago de Furnas para a vinda de delegações internacionais e turistas durante a Copa do Mundo, em 2014.
No encontro, a comissão, formada por quatro deputados estaduais, aprovou requerimentos com reivindicações do município e levantou assuntos de relevância para a região, como projeto de lei -pronto para votação em plenário- de autoria do deputado Dalmo Ribeiro, que objetiva declarar o Lago de Furnas, o “Mar de Minas”, como patrimônio cultural de Minas Gerais.
O encontro entre as lideranças políticas ocorreu no Clube Olímpico de Capitólio e reuniu representantes do executivo, legislativo e associações como a Associação dos Municípios do Lago de Furnas(Alago), representada pelo presidente da entidade e prefeito de Guapé, Nélson Alves Lara(PT); a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Grande (Ameg), representada pelo presidente e prefeito de São Sebastião do Paraíso, Mauro Zanim(DEM), além de empresários do turismo regional.
Convidada a participar do evento, a secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond, foi representada pelo deputado estadual Domingos Sávio (PSDB); o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Moraes, pelo analista de processos comerciais, Divino Barros Vieira.
A inclusão de Capitólio para receber ser subsede da Copa de 2014 foi o principal assunto tratado no encontro. “Não é trazer um time da Alemanha para cá, mas um grande número de turistas que vem de outros países para prestigiar a Copa”, explicou Carlos Arantes.
Em discurso, ele observou que o município tem grande potencial turístico para concorrer com outras cidades do país e pediu para que parlamentares se unam pela mesma causa, independente de partidos políticos. “Temos que somar forças e pensar grande”, destacou.
Para o deputado, a vinda de delegações será sinônimo de desenvolvimento econômico para o município, trazendo investimentos dos Governos Estadual e Federal com o financiamento de projetos para a área de turismo, melhoramentos de rodovias e qualificação de profissionais engajados no setor.
O prefeito de Capitólio, José Gonçalves Machado, o Zé Cirilo, destacou que a cidade possui excelente infraestrutura, mas que muito ainda precisa ser feito. “A nossa base turística é uma das melhores da região, mas contamos com força política para melhorarmos ainda mais o município”, destacou.
Ao fim do encontro, o deputado estadual tenente Lúcio (PDT), que presidiu a reunião, informou que as reivindicações propostas pelas lideranças e empresários do setor seriam encaminhadas para a Secretaria de Estado de Turismo.
Insatisfação - A implantação da linha de transmissão Furnas-Pimenta II, que cruzará o Lago de Furnas, gerou insatisfação na audiência por parte do deputado Antônio Carlos Arantes e do presidente do Circuito Nascente das Gerais, Luís Carlos de Pádua.
“Precisamos unir forças e repensar este traçado que está sendo instalado bem próximo às margens do Lago e pode prejudicar a paisagem da região”, disse Carlos Arantes, observando que novas adequações precisam ser realizadas no projeto, protegendo cachoeiras e canyons.
Em reforço a fala do deputado, o presidente do Circuito Nascente das Gerais pediu apoio aos parlamentares e do Instituto Chico Mendes para que o traçado passe por outra rota. “Temos que trabalhar agora em diante apenas com um ideal. Precisamos de um grito mais alto junto com estes líderes que estão aqui”, destacou.
Segundo ele, nos últimos anos, o traçado foi modificado por duas vezes, a pedido de empresários do setor turístico, no entanto, ainda deixa a desejar. “Já tivemos várias discussões sobre o assunto e muitas conquistas, mas na verdade o que acontece é que a paisagem ainda será prejudicada com esta rota, já que as linhas de transmissão passarão em frente aos canyons e cachoeiras”, disse.
Para Carlos de Pádua, o ideal é que o traçado passasse pelo Parque Nacional da Serra da Canastra, em um trecho onde há apenas pedreiras, sem vegetação, cachoeiras ou canyons. “Precisamos somar forças com urgência para tentarmos mudar este traçado que afetará o que nós temos de mais precioso”, finalizou.
Ações que despontam como melhorias para a região - Durante a audiência o deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) e o deputado estadual Domingos Sávio(PSDB) lembraram de ações fundamentais para o desenvolvimento turístico e econômico da região: aprovação de projeto para despoluição do Lago de Furnas com implantação de tratamento de esgoto para os municípios do entorno; projeto de pavimentação da rodovia MG 170, que liga os municípios de Guapé a Pimenta e a Lei 18.023, em vigor desde o último dia 9, que permite a atividade de hotéis, pousadas, ranchos, propriedades rurais, fazendas, sítios e demais empreendimentos a funcionarem a 30 metros de lagos artificiais, como atualmente ocorre na região.
“São ações de extrema importância que já foram realizadas ou estão em andamento para fomentar o turismo da região”, destacou Carlos Arantes.
No caso do tratamento de esgoto, os investimentos são de R$3,9 milhões em projetos, anunciado pela Copasa, em maio, objetivando beneficiar 34 cidades que fazem parte da região do Lago de Furnas. No entanto, parlamentares ainda enfrentam o desafio de captar recursos da União, do Estado e de Furnas para colocar em ação todo o tratamento de esgoto para a preservação do Lago.
O mesmo acontece com a pavimentação da MG-170, considerada pela Associação dos Municípios do Lago de Furnas (ALAGO), prioridade máxima para o desenvolvimento sócio-econômico da região. A realidade do asfalto ainda é indefinida para o trecho, mesmo com a conquista de elaboração de projeto para o asfaltamento.
Domingos Sávio lembrou da importância da Lei 18.023, afirmando que foi de extrema importância para a região, com destaque para o Balneário Escarpas do Lago. “ Esta lei veio para contemplar um dos lugares mais bonitos do planeta. O balneário já está consolidado e não teria como enfrentar uma extensão acima de 30 metros”, destacou.