Publicado em 13/05/2016 - politica - Da Redação
Em audiência da Comissão Extraordinária do Idoso da qual é membro, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSDB) manifestou sua preocupação e indignação diante da situação enfrentada pelos idosos no Brasil. O parlamentar lembrou que muitos são arrimo de família, contribuindo com o orçamento doméstico, sobretudo em tempos de crise. “Além de continuarem trabalhando, os idosos enfrentam dificuldades como a desvalorização das aposentadorias e pensões e o não recebimento de precatórios. Eles não podem mais esperar por políticas públicas, imagine por precatórios”, afirmou indignado Arantes em audiência pública da Comissão que aconteceu na quarta-feira (11/05/16).
O deputado contou o caso da professora Geralda Pimenta, do município de São Sebastião do Paraíso. Ele tem mais de 80 anos e recorre a ele semanalmente perguntando pelo pagamento de seus precatórios. “Como ela, há milhares de outros. Isso é uma injustiça sem tamanho”, reforçou Antônio Carlos.
O não pagamento de precatórios também foi criticado pelos presentes. “Os executivos municipal e estadual não desejam quitar os precatórios. Valem-se de subterfúgios para não quitar”, denunciou Otto Lopes Figueiredo, vice-coordenador do Fórum Permanente Cláudio Vilaça. O fórum é um coletivo de entidades que defende, entre outras causas, a dos servidores públicos aposentados, pensionistas, apostilados e credores de precatórios.
Para o parlamentar, é preciso fazer uma revisão do modelo de previdência, que está falido, e também de sua gestão, marcada por desvios ou aplicações equivocadas de recursos. “Tem gente se aposentando aos 40, 45 anos. O sistema não suporta. E há muita injustiça no meio rural, sobretudo com relação às mulheres, que são registradas como do lar e não têm o benefício, embora trabalhem no campo também. O sistema é injusto: poucos pegam muito e muitos pegam pouco. Daqui a pouco o governo não terá recursos para pagar as aposentadorias", apontou.
O descolamento entre salário-mínimo e aposentadorias e pensões foi uma das queixas mais contundentes. “Contribuí a vida toda sobre dez salários, aposentei com oito e recebo dois. Venci a dificuldade de ser negro e filho de mãe solteira, mas não venci o desafio de chegar à velhice com dignidade”, desabafou Carlos Alberto dos Passos, do Movimento Pró-Idoso de Minas Gerais, resumindo o sentimento de milhares de idosos.
Requerimento
Com a presença do deputado Glaycon Franco (PV), vice-presidente da comissão, foi aprovado requerimento de Antônio Carlos Arantes para ouvir o prefeito de Sacramento (Alto Paranaíba), Bruno Cordeiro, sobre as experiências de atenção ao idoso desenvolvidas no município. Arantes explicou que a prefeitura criou uma casa de passagem para que os idosos fiquem, durante o dia, com atendimento gratuito de fisioterapeutas, educadores, psicólogos e médicos, entre outros profissionais. “É preciso que boas práticas sejam disseminadas no Estado”, concordou Isauro Calais. Ele citou também pedido feito à Prefeitura de Juiz de Fora (Zona da Mata) para que os clubes que tiveram dívidas municipais perdoadas atendam os idosos da cidade.
FONTE: ASCOM