Criminalidade preocupa população de Machado

Publicado em 05/06/2017 - politica - Da Redação

Criminalidade preocupa população de Machado

A construção de um centro de internação de menores e de um presídio, a criação da guarda municipal e a melhoria de equipamentos e do efetivo das Polícias Militar e Civil. Essas foram as principais demandas apresentadas pela população e por autoridades que participaram de reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Machado, Sul de Minas, nesta quinta-feira (1º/6). Solicitada pelo deputado Dalmo Ribeiro, a audiência pública reuniu centenas de pessoas na Câmara Municipal de Machado. O objetivo era debater o aumento da criminalidade na região.

O deputado Dalmo Ribeiro leu manchetes de jornais locais que demonstram o aumento da violência na região. “Temos que buscar uma solução. É impossível uma cidade como esta conviver com tanta criminalidade!”, reagiu.

O vereador Evandro Caixeta disse que já foi adquirido pela prefeitura um terreno para a construção do presídio. O parlamentar acrescentou que existe uma unidade com capacidade para 56 presos que recebe atualmente 120, “em um local insalubre, mal cheiroso e bem no Centro de Machado”, segundo ele.

Já vereadores de municípios vizinhos cobraram a implantação de um centro de internação de menores infratores no Sul de Minas. Segundo Celso Prado, de Varginha, essa é a única região do Estado que ainda não conta com essa estrutura.

O presidente da Câmara Municipal de Machado, Erivelto Angelo dos Santos, informou que está em construção o anteprojeto de lei para criação da guarda municipal. “Faltam alguns ajustes, mas esse é um compromisso nosso”, garantiu.

Polícia Civil alega falta de estrutura
Tiago Gomes Ribeiro, delegado regional da Polícia Civil, destacou que os servidores da instituição trabalham dia e noite, mas infelizmente, pela falta de efetivo, estrutura e equipamentos, não conseguem estancar a criminalidade.

Ele disse que a última resolução sobre o efetivo da Polícia Civil, de 2009, prevê que Machado deve ter dois delegados, nove investigadores e dois escrivães. O número de delegados e escrivães é atendido e investigadores são oito, mas a resolução estaria defasada, segundo Ribeiro.

O delegado declarou ainda que a maioria dos crimes que ocorrem em Machado é de autoria de menores. “A Polícia Militar faz a apreensão do menor, encaminha, mas como não há o centro socioeducativo no Sul de Minas, a medida socioeducativa não é efetivada”, lamentou.

PM rebate aumento da criminalidade
O tenente-coronel Alrecy Argemiro Ferreira, comandante do 64º Batalhão da Polícia Militar, contestou a informação de que a criminalidade esteja aumentando em Machado.

Ele apresentou dados que comparam os meses de janeiro a maio de 2016 ao mesmo período de 2017. Foram 114 crimes violentos no ano passado, contra 86 em 2017 - redução de 25%. O número de homicídios foi o mesmo nos dois períodos: três mortes. E a quantidade de menores apreendidos caiu de 80 para 60 no período.

Em relação ao efetivo da corporação em Machado, o comandante também ponderou que, entre as cidades da região, Machado foi a que mais recebeu policiais, num total de sete, enquanto Poços de Caldas recebeu apenas três. Ele completou que neste ano haverá três escolas de formação no Sul de Minas, o que propiciará a entrada de 180 novos soldados na região e certamente Machado receberá alguns deles.

Governo do Estado propõe ação integrada
Azenclever Gatte Filho, assessor de Integração Operacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública, relatou que na última semana, uma equipe do governo esteve em Machado para discutir ações conjuntas na área. De acordo com ele, foram apresentados ao prefeito, vereadores e outras autoridades várias ações para reduzir a criminalidade.

Entre elas estão: a criação do gabinete de gestão integrada das ações dos órgãos de segurança no município; o fortalecimento dos Conselhos de Segurança Pública e Anti-drogas; e o aumento das operações repressivas em áreas de maior violência.