Publicado em 28/04/2015 - politica - Da Redação
Mais de 70 pessoas, representando instituições públicas e privadas ligadas ao Turismo, lotaram o Auditório da Assembleia Legislativa na sexta-feira (24/04). O membro da Comissão, deputado Roberto Andrade (PTN), apresentou o requerimento solicitando a audiência que contou com sua presença e a do ex-secretário de Estado de Turismo e deputado estadual, Geraldo Pimenta (PC do B), também participaram da reunião.
“O mercado hoteleiro em Belo Horizonte foi inchado com incentivos pré-Copa e agora enfrenta o grave problema dos leitos vazios. Isso, somado ao desaquecimento do turismo de negócios e às taxas de crescimento muito baixas da economia, tem agravado o problema. A queda tem sido tão grande que tem levado hotéis tradicionais à falência ou então gerado a redução do quadro de funcionários”, argumentou Arantes. Para o deputado, audiências como essas são importantes para fortalecer o setor e buscar saídas para os problemas em comum.
Segundo a maioria dos participantes, investir para fortalecer o turismo de eventos e negócios em Belo Horizonte é a solução para a crise do setor hoteleiro em Belo Horizonte. Porém os convidados apontaram alguns obstáculos nesse caminho e reivindicaram, principalmente, a construção de um grande centro de convenções municipal e a ampliação do Expominas.
Nos últimos dois anos, houve um aumento de 70% do número de quartos disponíveis na Capital, de acordo com a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Minas Gerais (ABIH-MG), Patrícia Coutinho. Os novos empreendimentos foram, em sua maioria, beneficiados por uma série de incentivos oferecido pela Lei Municipal 9.952, de 2010, e por facilitações oferecidas pela Prefeitura. Foram, de acordo com Coutinho, 83 alvarás de construção nos últimos dois anos e hoje teríamos 13.500 quartos disponíveis. A aumenta da oferta teria reduzido em 30% a taxa de ocupação. A queda nessa taxa de ocupação já levou ao fechamento de seis hotéis e à demissão de cerca de 1.000 funcionários.
Patrícia Coutinho apresentou uma série de sugestões para amenizar a crise do setor. Enquadrar os hotéis como indústria e, assim, oferecer um regime especial de cobrança de ICMS sobre luz e água foi uma das sugestões. Ela também pediu isenção de impostos municipais, como ISS e IPTU, em alguns casos. Outra sugestão é para que fossem suspensas até 2020 a construção de novas unidades hoteleiras. Por fim, ela falou da importância da criação de uma política de atração de eventos para Belo Horizonte.
“O resultado prático de uma oferta alta com uma demanda baixa é uma verdadeira crise para o setor. Hotéis fechados, funcionários demitidos e previsões pessimistas para o futuro. Esse é o cenário do setor que está em debate. A nossa expectativa é que, juntos, a gente consiga encontrar caminhos para sair dessa crise”, disse Arantes.
Participantes pedem melhorias em centros de convenção
Vários dos convidados enfatizaram a importância de se fomentar esse turismo de eventos e negócios em Belo Horizonte e enfatizaram as vantagens da cidade para esse tipo de turismo. A centralidade na região Sudeste, que é a mais rica do País, e vantagens em relação a trânsito e preços em relação a São Paulo e Rio de Janeiro, cidades que atualmente mais recebem esse tipo de turista no Brasil, foram os principais pontos levantados. “O turista de negócios gasta três vezes mais do que o turista a lazer, está aí a nossa oportunidade”, disse o presidente em exercício do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, Anderson Souza Rocha. “A queda na taxa de ocupação dos hotéis só pode ser revertida com o turismo de negócios”, completou. De acordo com ele, desde a fundação em 1997, o Convention & Visitors Bureau já apoiou 487 eventos, 79 deles internacionais, e trouxe 2,5 milhões de pessoas à cidade.
Os participantes, porém, criticaram os espaços para eventos de Belo Horizonte e salientaram que é preciso construir um espaço grande e moderno. “Desde 2006, esperamos que se cumpra a promessa de um novo centro municipal de convenções. Também continuamos aguardando a expansão do Expominas – e nem a reforma depois do incêndio foi terminada ainda”, afirmou Anderson Rocha.
Fernando Viana Cabral, presidente da Companhia Mineira de Promoções (Prominas), que administra locais como o Minascentro e o Expominas, disse que a manutenção desses espaços gera um custo fixo de R$ 16,5 milhões. Segundo ele, os lugares precisam urgentemente de reforma.
Mudanças no cenário econômico são citadas por convidados
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, disse que o País está vivendo uma crise econômica e que isso prejudica o turismo de negócios. Ainda assim, ele disse que é preciso buscar atrair eventos nacionais e internacionais para a cidade a partir da construção de novos centros de convenção. “Sempre reclamou-se da falta de hotéis, agora temos uma grande massa de hotéis e precisamos transformar isso em oportunidade”, disse.
O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Mauro Guimarães Werkema, defendeu o incentivo dado pela prefeitura para construção de hotéis. “Tínhamos outro clima no País e em Minas Gerais. Era um clima de otimismo, de crescimento, de Copa das Confederações, de Copa do Mundo”, disse. Para ele, houve uma mudança brusca nesse clima, principalmente no que diz respeito aos cenários político e econômico, o que não poderia ter sido previsto e acabou prejudicando o setor.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Deputado Estadual / Antônio Carlos Arantes