Deputado Sávio chama governador de “Aecinho Malvadeza”
Publicado em 14/08/2009
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Falando à nossa reportagem nesta semana, o deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB) foi duro e direto nas criticas ao governador de Minas Gerais. Na sua visão, o mais difícil é enfrentar o cerceamento à informação promovido pelo governo do estado. Esta prática ocorre a tal ponto que chega a caracterizar a existência de censura, amortecendo a consciência dos mineiros e anulando o debate político. Isto ocorre através do investimento do dinheiro público “a peso de ouro” na mídia metropolitana, construindo assim uma imagem artificializada do governo e da figura do governador.
Sávio analisa que atualmente em Minas Gerais existem dois governos. Um é o “real”, no qual o serviço público está em estado crítico, no qual a educação padece e a segurança pública vive num estado de caos. Em Monte Belo, verificou que a Polícia Civil local não tem o mínimo de estrutura.
Já o estado da “mídia”, é a Minas que avança e que não tem problemas, sendo quase um “oásis”.
“Há um divórcio estabelecido por uma propaganda passiva e descasada da realidade, desfocando a imagem de uma Minas real com uma Minas midiática”, disse. Mas considerou a censura o pior aspecto, pois impede a abertura do debate na grande mídia. Com isso, seria possível aos mineiros retomarem o senso crítico, passando a fazer uma análise mais profundidade.
O deputado revelou que existem problemas sérios no governo do estado. O endividamento está crescendo muito, ao contrário do déficit zero que não passa de uma grande “peça de marketing”. O atual governo assumiu uma dívida de R$ 14 bilhões e hoje o valor chega a R$ 60 bilhões. Mesmo assim, são feitos novos empréstimos, aumentando muito o endividamento do estado.
Sávio fez um comparativo lembrando que em 1999 o governador Itamar Franco gastou apenas R$ 900 mil em publicidade. Foi somente o necessário para a publicação dos editais que a lei determina. No ano passado, o governador Aécio Neves teria gasto R$ 420 milhões. O deputado analisa que este dinheiro promoveu uma censura mais eficaz do que a dos canhões nos tempos de ditadura, pois não compra apenas o silêncio. Mas compra a “adesão” a um projeto mentiroso e a uma informação distorcida. “Não existe opinião pública, mas uma opinião publicada”, falou.
“DIVÓRCIO” COM OS SERVIDORES – Indagado sobre a situação dos professores no estado, Sávio foi direto ao declarar que é de penúria. Segundo ele, o valor de R$ 850,00 deveria ser piso salarial, mas foi transformado em “teto”. Ou seja, principalmente na área da educação é possível perceber um divórcio entre o governo do estado e os servidores públicos. O parlamentar lamenta esta situação analisando que não existe um serviço público de qualidade numa situação de conflito com os servidores. Neste contexto, observa que os servidores públicos mineiros estão desrespeitados, desmotivados, sem condições de sobrevivência devido à falta de uma remuneração justa, sem plano de carreira e até mesmo sem serem ouvidos na formulação das políticas públicas para o setor. Em sua opinião, não há perspectiva de melhora para a classe no atual governo.
ASSEMBLÉIA HOMOLOGATIVA – Sobre a atuação dos colegas deputados, Sávio foi ainda mais duro. Comparou a situação em Minas Gerais ao que chamou de “ares menos aprazíveis da Bahia de ACM”. Para ele, existe uma dominação e nome da Assembléia Legislativa poderia ser mudado para “Assembléia homologativa” da vontade do Executivo. Acusou de perceber esta situação de domínio também no Judiciário, Ministério Público e toda imprensa do estado. Terminou de forma irônica: “Acabamos gestando aqui em Minas uma espécie de Aecinho Malvadeza reproduzindo o que aconteceu na Bahia com o ACM”.