Ex-prefeito de Poços defende governo Pimentel

Publicado em 28/01/2018 - politica - Da Redação

Ex-prefeito de Poços defende governo Pimentel

Ex-prefeito de Poços de Caldas, Eloísio do Carmo Lourenço (PT) falou à nossa reportagem nesta semana, quando comentou a crise política no Brasil, crise governamental em Minas Gerais e revelou seu futuro político.

PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

O momento atual não é favorável aos partidos políticos, justamente pela falta de credibilidade diante de tantas denúncias de corrupção e outros fatos negativos. A liderança manifestou sua preocupação com a aversão das pessoas à política e aos políticos. Até porque entende a política como um caminho para a realização das necessidades das pessoas. “O processo democrático se faz com a participação política de todas as pessoas”, falou.

Considerando as eleições deste ano, Eloísio comentou que a descrença na política é muito prejudicial. Daí a importância da participação política dos eleitores, votando ou se candidatando, evitando uma “escolha viciada”. Negou que todos os políticos sejam corruptos, acreditando que existem boas pessoas em todos os níveis da vida pública.

GOVERNO EM POÇOS

Eloísio governou o município na gestão 2013/2016, assumindo a prefeitura numa condição muito difícil. Isto porque naquele momento foi iniciado um desiquilíbrio muito grande na política econômica do país, num reflexo das questões econômica que abalaram todo o mundo a partir de 2008. Mesmo assim, conseguiu viabilizar uma série de ações, que foram muito importantes para a população de Poços de Caldas. Citou conquistas como a implantação de 11 Unidades Básicas de Saúde (proporcionando um melhor atendimento a cerca de 50 mil pessoas), inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), participação no programa Mais Médico, viabilização do curso de medicina na PUC, além de diversas outras ações na área de saúde. Na área de educação, reformou diversas escolas e construiu uma nova escola, com a inauguração de 04 unidades de educação infantil. Na segurança pública, a implantação do Batalhão Escola da Polícia Militar, com os alunos formados passando a atuar em diversos municípios da região. Ainda neste setor, Poços de Caldas passou a contar com o 6º Comando Operacional do Corpo de Bombeiros. “Um mandato de muitas ações e que realmente fez a diferença na vida das pessoas”, disse.

DERROTA NAS URNAS

Apesar das muitas ações na área social, principalmente, Eloísio não conseguiu a reeleição e observou a vitória do atual prefeito Sérgio da Coopoços. Comentando a respeito, a liderança argumentou que seu governo teve enorme aprovação, mas acabou derrotado nas urnas justamente pelo “momento eleitoral”. Isto considerando a maior crise política do país nos últimos quarenta anos, gerando uma situação de descrença na política. A troca de prefeitos ocorreu em 70% dos municípios mineiros.

BATENDO CABEÇA

Sobre a administração do atual prefeito Sérgio da Coopoços (PSDB), Eloísio analisa que o governo “ainda tenta se encontrar”. Observa uma grande dificuldade administrativa, literalmente “batendo cabeça” em muitas situações, com a não continuidade de alguns projetos e programas. Ao mesmo tempo, encontrando grande dificuldade econômica com o fechamento de empresas no município.

GOVERNO PIMENTEL

O governador Fernando Pimentel enfrenta grandes dificuldades, com escalonamento do pagamento dos servidores e outras situações. Eloísio argumentou que Fernando Pimentel foi eleito no primeiro turno da eleição de 2014, contra o candidato do grupo de Aécio e Anastasia que governou Minas “a vida inteira”. Ou seja, entende que alguma coisa errada e de ruim estava acontecendo para que a população mineira decidisse que a administração tucana não deveria continuar. Na disputa pela presidência, Dilma venceu Aécio em Minas no primeiro e segundo turno. “Havia uma situação de desgoverno em Minas e a população deu a resposta nas urnas”, disse. Quando iniciou o seu governo, Pimentel encontrou um déficit de aproximadamente R$ 8 bilhões, gerando uma situação muito difícil. Até porque os servidores e professores esperavam muito do governador Pimentel, que honrou vários compromissos e avançou em diversas políticas. Mas Pimentel fez a opção de não entrar no “pacote de maldade de Michel Temer”, com cortes em diversos setores. Fazendo esta opção pelo social, logicamente gerou uma dificuldade maior para o estado. Com isso, concluiu: “Nós somos vítimas da administração anterior que deixou uma dívida de R$ 8 bilhões, impagável e que está sendo administrada”, falou.

MOVIMENTO SEPARATISTA

No dia 15 de janeiro, durante reunião em Pouso Alegre, prefeitos do Sul de Minas cogitaram o início de um movimento separatista com a criação de um novo Estado. Com isso, reunindo 146 cidades do Sul de Minas. Comentando a respeito, Eloísio revelou que mantém um certo relacionamento e contato com muitos desses prefeitos. Assim, salientou que a defesa dos interesses municipalistas acontece há tempos. Porém, confessa estranheza do surgimento deste movimento num ano eleitoral. Reconheceu que o desequilíbrio na arrecadação sempre aconteceu e foi questionado, mas não no tom que acontece nos dias atuais como pior coisa do mundo. “Esta discussão sempre existiu, mas nunca nesta forma tão política como está acontecendo agora”, disse. Questionou a falta da mesma movimentação e luta no período do governo tucano. Por fim, também duvidou da seriedade da proposta, principalmente porque conhece a seriedade de muitos dos prefeitos envolvidos na questão. “Me recuso a acreditar que isso seja sério. Não acredito que seja verdade”, falou.

FUTURO POLÍTICO

Eloísio declarou que conheceu o seu trabalho desenvolvido e sua responsabilidade. Assim, acredita na sua pessoa e segue firme na sua atuação. Natural de Alfenas e dentista por formação, reside há 27 anos em Poços de Caldas. Considerando o importante colégio eleitoral de Poços e também entendendo que ainda há espaço para aumentar a representatividade política na região, está se organizando há algum tempo para ser pré-candidato a deputado estadual. Pretende trabalhar diretamente em diversos municípios do Sul de Minas. Vai aguardar as convenções partidárias, apresentando o seu nome e buscando apoio nas cidades da região.