Mosconi diz que PSF pode contornar dificuldade de receita médica

Publicado em 03/11/2010 - politica - Assessoria de Comunicação

O deputado Carlos Mosconi (PSDB) disse que investir no Programa de Saúde da Família (PSF) seria a melhor alternativa para contornar o problema da dificuldade de acesso à receita médica pela população. O parlamentar, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, fez a observação em audiência pública na quarta-feira (24), em Belo Horizonte, onde se discutiu o avanço da superbactéria KPC, provocado pelo uso excessivo de antibióticos.
Mosconi, o autor do pedido de audiência, observou ainda que o grande desafio do governo é convencer o profissional de medicina a trabalhar no PSF, atendendo a população de forma preventiva nos bairros. Na avaliação do deputado, no entanto, há uma cultura no país de que posto de saúde não funciona e que o médico plantonista desses locais não cumpre horário.
Os deputados Mosconi, Carlos Pimenta (PDT) e Doutor Rinaldo Valério (PSL) demonstraram preocupação quanto ao sucesso das ações para conter infecção hospitalar em Minas pela KPC, devido à falta de condições para garantir diagnóstico médico e o aviamento de receitas a toda a população. Esse último, agravado com a proibição pelo Ministério da Saúde da venda de antibióticos sem prescrição médica. Ainda na audiência, a gerente da Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Adriana Cacciari Zapaterra César, descartou a existência de surto em Minas Gerais, porque a KPC não representa riscos significativos à população fora do ambiente hospitalar, o que torna pouco provável a contaminação entre pessoas sadias nas ruas.
De acordo com Adriana César, doze casos de contaminação pela KPC foram comunicados ao Estado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada e todos estão sendo avaliados por meio de análises laboratoriais da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Em Brasília a “superbactéria” foi responsável por 18 mortes.
Vigilância Sanitária do Estado aguarda resolução da Anvisa para orientar a fiscalização. Adriana concorda que a restrição ao uso de antibióticos é necessária, porque a utilização indiscriminada é a principal causa de surgimento de bactérias resistentes. “Se não houver uma medida forte contra esse consumo indiscriminado, vamos voltar à era de antes da penicilina, quando se morria de qualquer infecção”, afirmou.