Publicado em 11/04/2019 - politica - Da Redação
Hoje, o governo de Romeu
Zema completa 100 dias e, infelizmente, não há muito o que comemorar. É fato
que não fui aliado do partido Novo nas eleições de 2018, mas as divergências
eleitorais encerraram-se em outubro do ano passado.
O
governador ainda não assumiu a postura de chefe do Executivo, faltando a ele a
sensibilidade para entender as necessidades dos mineiros, especialmente
daqueles que estão em situações mais vulneráveis. Enaltece economicidades em
minúcias que deveriam ser obrigação de todo gestor público, mas por ele
apontadas como virtudes pessoais. O que realmente importa, que é a melhoria de
vida da população mineira, está ficando de lado.
Na
visão de um empresário, talvez seja viável encerrar as aulas em tempo integral
para 111 mil alunos em Minas Gerais, já que há a necessidade de economizar
recursos da merenda escolar, que no Tempo Integral custa 0,001% do orçamento do
Estado. Para boa parte dessas crianças, é a refeição que falta em casa, tendo
em vista que esse modelo de ensino é aplicado em áreas em condições de
vulnerabilidade social. E não é apenas ‘a comida’ que importa. Tenho dito por
onde passo que são os investimentos em educação que melhorarão as condições de
vida do nosso povo. Dessa forma, o Governo de Minas está caminhando na contramão
das necessidades dos mineiros.
Dado
constante no Plano de Governo protocolado pelo Novo no TSE, para registro da
candidatura de Zema, aponta que o terceiro ano do ensino médio da rede estadual
tem sido insatisfatório e abaixo do ideal de 6 pontos do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Não será tirando o aluno da escola
que se fará com que essa realidade mude. A solução está lá dentro das escolas,
com melhoria na qualidade da educação ofertada na rede estadual de ensino em
todos os níveis. Em todos os países que prosperaram, que tiveram acentuado
crescimento econômico, tal desenvolvimento precedeu-se de grandes investimentos
na área de educação.
Devemos
trabalhar para que haja mais investimentos na formação e valorização dos professores,
oferta de atividades extracurriculares dirigidas e orientadas, conciliadas com
uma grade curricular satisfatória, aulas de reforço especialmente em ensino de
disciplinas básicas, como português e matemática. É necessário também que se
invista em ações mais amplas, como no envolvimento das famílias na rotina
escolar das crianças, uma discussão que envolve outras pastas, especialmente a
de Desenvolvimento Social. E, sim, merenda também é importante!
Sabemos
que o ‘cobertor é curto’ e que há necessidade de se promover redução de gastos,
mas jamais podemos aceitar que os investimentos na formação das nossas crianças
e jovens fique descoberto e seja considerado como “economia”. Estamos falando
do futuro, da melhoria de condições de vidas daqueles que temos, por obrigação,
formar para que sejam adultos conscientes do seu papel na sociedade, que tenham
censo crítico e que sejam agentes transformadores dessa triste realidade que o
nosso País vive. É para isto que continuaremos lutando.
Cássio
Soares
Economista, deputado estadual em Minas
Gerais pelo PSD. Líder do Bloco Liberdade e Progresso na Assembleia de Minas.
Foi secretário de Estado de Desenvolvimento Social (2012-2014).