Publicado em 22/05/2014 - politica - Da Redação
Com o atual cenário para disputa ao governo de Minas polarizado entre os pré-candidatos do PT, Fernando Pimentel e do PSDB, Pimenta da Veiga, lideranças do PSB e do PMDB ainda resistem em busca de candidatura própria. Na quinta-feira (22), membros do PMDB fazem uma nova reunião, às 15 horas, na sede do partido, para defender a tese de independência no primeiro turno. O PSB foi convidado para participar do encontro e já confirmou presença na figura do professor Apolo Heringer, um dos nomes cotados para ser o candidato dos socialistas ao governo.
“Defendo a tese de candidatura própria das legendas e vou trabalhar com parceria. É um movimento aberto a todos os partidos que querem independência, que querem acabar com curral de partidos. PSDB e PT querem dominar todos os outros, dando empregos, cargos, despolitizando os partidos. Isso é a desmoralização da democracia, cooptação de partidos, um cambalacho”, dispara o professor.
O ex-deputado Zaire Rezende, membro do diretório estadual do PMDB, também acredita que o melhor para sua legenda é ter uma candidatura própria no primeiro turno e não assumir já de início um “papel secundário”. “Existe liberdade dentro do partido, o presidente (Antônio Andrade) quer realizar uma aliança com o PT já no primeiro turno. Nós achamos melhor uma candidatura do partido. Toda legenda deve disputar o poder, para apresentar suas propostas e só no segundo turno avaliar as possíveis alianças”, defende.
Zaire ainda diz que uma decisão final do PMDB só virá na convenção e acredita que a tese de independência tem reais chances de ganhar. Contudo, o presidente do diretório mineiro Antônio Andrade já dá como certa a aliança com o PT e será o provável vice de Pimentel.
Já mais adiantado no caminho da candidatura própria, o PSB discute o nome que representaria o partido na disputa estadual. Duas possibilidades estão colocadas: Heringer e o deputado federal Júlio Delgado. “Como o Júlio vai defender uma tese de oposição se há pouco tempo defendia a aliança com o PSDB? Sua candidatura já nasce enfraquecida”, aponta o professor. Já Delgado diz que para ser competitiva, a candidatura do PSB precisa apresentar alguém que já tenha experiência política e tenha passado por mandado eletivo, como é seu caso, além de representar a novidade, a mudança.
Decisão dos socialistas depende do alinhamento de Eduardo Campos
O cientista político, filósofo e professor da PUC Minas, Robson Sávio, diz que o peso da candidatura do PSB em Minas será medido de acordo com a “intensidade do alinhamento com o pré-candidato Eduardo Campos no plano nacional”. Ele explica que à medida que o presidenciável socialista for crescendo, ao longo da campanha, e se for confirmada a capacidade de Marina Silva de transferir votos para ele, a candidatura ao Palácio Tiradentes também deve ganhar força. “O Eduardo parece ter capacidade de crescimento e de se transformar numa terceira via nacional. Se isso ocorrer, ele vai forçar que o candidato que o representa aqui também seja competitivo”, ponderou.
Para o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), nem uma possível candidatura própria do PSB, nem a já lançada pré-candidatura de Fidélis Alcantara (PSOL) altera o atual cenário de polarização entre os pré-candidatos do PT e PSDB. “Evidente que tudo pode ocorrer, mas olhando o cenário, acho que a eleição em Minas se define em primeiro turno”.
Já o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, é mais reticente ao falar da possível candidatura própria do PSB. “Há de se ter serenidade e paciência para deixar o quadro amadurecer, nada é definitivo. Nós temos um bom relacionamento com lideranças do PSB, estamos mantendo as portas abertas”, disse.
Fonte: Aline Louise - Hoje em Dia