Possível fechamento do Otto Krakauer é debatido em audiência

Vereador propõe consórcio entre municípios; deputado cobra ação do Estado 

O possível fechamento do Hospital Otto Krakauer foi o assunto debatido em Audiência Pública realizada na segunda-feira, 23 de maio, na Câmara Municipal de Passos. O evento contou com a presença de autoridades de saúde do município, prefeita Aparecida Nilva dos Santos, de São João Batista do Glória, diretores e funcionários da instituição, vereadores e também do deputado estadual Cássio Soares.

O presidente da Fundação Beneficente São João da Escócia, mantenedora do hospital, Audir Ribeiro Abreu, disse que um dos principais objetivos foi alcançado no evento, agendar uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, para discutir o papel do Governo de Minas Gerais na solução do problema. O encontro foi marcado para o dia primeiro de junho por interferência do deputado estadual Cássio Soares.  “Estamos em situação de insolvência. Temos um prazo de até 45 dias para uma solução, caso contrário teremos dificuldades de continuar o atendimento”, explicou o presidente, se dizendo confiante no diálogo com o secretário.

Segundo Audir, o déficit mensal do hospital é de R$ 70 mil, tendo em vista a defasagem no valor pago pelo Estado na diária de atendimento de psiquiatria. O diretor regional de Saúde, Luiz Carlos Leite, disse que acompanha de perto as negociações do hospital com o Estado, mas que com a mudança de secretário, as conversas foram perdidas, sendo necessário nova busca ao Governo para uma solução.

Para o deputado Cássio Soares, o Otto Krakauer é uma das principais instituições que temos na cidade de Passos, com abrangência regional. “Temos que fazer a nossa parte e reivindicar dos Poderes Executivos a devida participação para que possamos ter o hospital em pleno funcionamento porque sabemos que o serviço prestado pelo Otto é de qualidade, essencial à questão da saúde mental”, afirmou o parlamentar depois de anunciar da agenda com o novo secretário, que será no dia primeiro de junho.

Uma das soluções apresentadas veio do vereador Alex Bueno, que propôs a criação de um consórcio regional entre os municípios, para custear o serviço oferecido pelo hospital. Segundo ele, se cada um dos atendidos destinar mensalmente uma pequena quantia, o Otto terá um “fôlego” nas despesas mensais. “Face à Política de Saúde Mental adotada pela legislação vigente, essa seria uma solução viável, pela transferência e manutenção contínua de recursos, oferecendo à instituição uma contrapartida dos municípios que se beneficiam dos serviços prestados pelo hospital, firmado através de projeto de lei, descontado no Fundo de Participação dos municípios atendidos”, explicou Bueno.

Para o deputado Cássio Soares, é preciso cada Poder Executivo assumir o seu papel, seja ele municipal, estadual ou Federal. “Sabemos dos problemas financeiros que os municípios se encontram, mas devemos buscar um equilíbrio e uma ação conjunta de cada um”, afirmou.

A Audiência contou ainda com a participação de dirigentes e membros da Maçonaria, da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ângela, da Secretária Municipal de Saúde, Angelita, do diretor clínico do Otto, Demis Delfraro, além de presidentes de associações e lideranças comunitárias. 

fonte: ascom