Publicado em 29/08/2015 - politica - Da Redação
No dia 24 de agosto, última segunda-feira, mais de 600 prefeituras de Minas Gerais fecharam as portas em protesto contra a falta de recursos financeiros e redução no repasse por parte do governo federal. Na Micro Região da AMOG, a maioria dos prefeitos decidiu por não participar da manifestação, mantendo normalmente as atividades. Porém, este não foi o caso de Alterosa, onde o prefeito Marcelo Nunes de Souza (PSDB) optou por revelar sua insatisfação com o momento de crise econômica enfrentado pelos municípios.
O protesto aconteceu em Alterosa, mesmo com o prefeito garantindo equilíbrio e normalidade nas contas de sua administração neste segundo mandato consecutivo. Marcelo confessou surpresa com o posicionamento do presidente da AMOG e prefeito de Muzambinho, Ivan Antônio de Freitas (PSDC). Isto porque, segundo ele, é notório a queda de arrecadação das prefeituras. Também manifestou respeito ao colega Jarbinhas (prefeito de Guaxupé), quando o mesmo alegou que manteria o trabalho em respeito ao povo. Reconhece que o povo deve ser respeitado, mas indaga como é possível as prefeituras manter as obrigações.
Marcelo confirmou que a prefeitura de Alterosa está em dia. Mas justificou que esta situação foi conquistada porque sempre desenvolveu um gestão com muita cautela e segurança. Diante de algum “sinal amarelo”, deixa de executar algumas ações e o povo acaba sendo prejudicado. Portanto, o protesto não representa falta de atendimento total à comunidade, visto que os serviços básicos são mantidos como limpeza pública, transporte de pacientes da área de saúde, pronto socorro, etc.
A exemplo do prefeito de Guaxupé, Marcelo também reclamou das muitas cobranças sofridas pelos gestores públicos. Muitas vezes, são obrigados a cumprir alguma determinação judicial, mesmo sem contar com a receita financeira.
REALIDADE EM ALTEROSA - O prefeito destacou uma realidade positiva no seu município. A administração municipal está concluindo um terminal rodoviário com recursos próprios, sendo uma obra no valor de R$ 300 mil. A remodelação da praça central recebeu investimento de R$ 150 mil, recursos estes viabilizados pelo deputado federal Carlos Melles (DEM). A administração municipal também está concluindo uma ampla reforma na escola do Distrito do Divino Espírito Santo (“Cavacos”), com investimentos em torno de R$ 800 mil com recursos próprios. O município está em dia com todas as suas obrigações, inclusive com a folha de pagamento dos servidores públicos municipais. “A prefeitura de Alterosa não deve praticamente nada”, garantiu.
Mesmo reconhecendo a importância dos deputados da região, Marcelo entende que os prefeitos não podem ficar à mercê de emendas parlamentares e “troca de favores” políticos. Para ele, os deputados tem outra função, criticando a existência das chamadas “emendas parlamentares”. Os recursos da ordem de R$ 1,5 milhão para deputados estaduais e mais de R$ 15 milhões na esfera federal deveriam ser divididos mensalmente entre os municípios.
Ainda neste contexto, Marcelo informou que a primeira parcela do mês de agosto do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) teve uma redução superior a R$ 100 mil em comparação ao mesmo período do ano passado. Alterosa tem um orçamento estimado entre 27 e 30 milhões de reais, mas a expectativa é executar em torno de 25 milhões de reais.
CRÍTICAS À AMOG - Atualmente, Alterosa não faz parte da Associação dos Municípios da Micro Região da Baixa Mogiana. O prefeito Marcelo é um crítico da associação alegando falta de efetividade na defesa dos municípios filiados. Segundo ele, as reuniões acontecem para discutir coisas absurdas, projetos mirabolantes e com o único objetivo de “vender para as prefeituras”.
Marcelo lembra que a AMOG era movida pelo serviço de máquinas, sendo que os municípios tinham que pagar o combustível e hora trabalhada. Mas hoje os municípios contam com máquinas próprias. Também critica a realização dos jogos regionais, que não apresentam resultados efetivos. Assim, defende adaptação à nossa realidade e questões importantes para os municípios. Citou, como exemplo, a dificuldade com a manutenção da iluminação pública. “É preciso atualizar às necessidades dos municípios. A AMOG se tornou uma prestadora de serviços ‘cara’ para os municípios”, disse.