Publicado em 15/09/2015 - politica - Da Redação
A presidente Dilma Roussef foi avisada na manhã da terça-feira (15) por assessores que os servidores públicos federais preparam uma greve geral contra o congelamento de salários, afirma uma reportagem publicada pelo site do jornal Folha de São Paulo.
O congelamento foi uma das medidas anunciadas dentro do pacote de ajuste das contas públicas na noite de segunda-feira (14) pelo Governo, medida tomada após o rebaixamento da nota do país na agência Standard & Poor"s, que retirou do Brasil o grau de investimento.
Segundo a matéria, em meio ao cenário político adverso, o Planalto teria sido avisado que os servidores públicos ameaçam uma greve geral contra a decisão de adiar por sete meses o reajuste do funcionalismo. A medida poderia economizar R$ 7 bilhões aos cofres públicos no período.
Ministros do PT que acompanharam as negociações do pacote afirmavam que, em três semanas, o governo migrou "da esquerda para a direita", uma referência à primeira proposta orçamentária, apresentada pelo Executivo em 31 de agosto, que previa déficit de R$ 30,5 bilhões, mas preservava ganhos sociais.
Já o novo pacote anunciado nesta segunda (14) foi classificado como uma tentativa de recuperar apoio empresarial e a confiança do sistema financeiro, mas deve aumentar a distância que já separava o expresidente Lula de sua sucessora.
Até uma hora antes da divulgação das medidas, Dilma não havia falado com Lula. Se não procurou os movimentos sociais, Dilma teve o cuidado de telefonar para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ), e encontrou-se com o chefe do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL).
Dentro do governo, a avaliação é que Dilma atuou de forma errática. Primeiro, fechou com Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento) e optou pelo Orçamento com deficit. O país então perdeu o selo de bom pagador da Standard & Poor"s. Acuada, Dilma deu uma guinada e fechou com seu ministro da Fazenda, anunciando os cortes e aumento de receitas, sem poupar a área social.
FONTE: JORNAL O TEMPO