Durante a solenidade, o governador reafirmou o compromisso de apoio ao setor
produtivo, seja ele rural ou industrial.
“Na minha eleição, a única bandeira que levantei foi exatamente essa: de o
governo ser amigo de quem trabalha, de quem investe e de quem gera emprego, e
não inimigo, como Minas Gerais se tornou nos últimos anos. E tudo indica que
algum resultado já tenha aparecido. Conseguimos criar, de janeiro até setembro,
110 mil empregos com carteira assinada em Minas, ficando bem acima da média do
Brasil. E muito há a ser feito, mas aquilo que depende de trabalho,
principalmente, nós estamos fazendo. Infelizmente, não temos recursos, mas não
dependemos somente de dinheiro. Uma boa gestão e muito comprometimento são
capazes de resolver muita coisa. Agradeço aos deputados que têm batalhado pela
causa, estou ao lado deles, não tenho medido esforços e vamos continuar assim”,
afirmou Romeu Zema.
O presidente da Frente Parlamentar do Café, Emidinho Madeira, ressaltou a
importância do apoio do Governo de Minas na busca de soluções para os
cafeicultores. “Estamos nessa luta de prorrogação das dívidas há quatro meses,
na luta diária. Na hora de resolver, nós precisamos de respaldo político e a
presença do governador Romeu Zema na reunião no Mapa, em Brasília, fez a
diferença”, avaliou.
A crise da cafeicultura também mobilizou a Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A secretária Ana Valentini
esteve por várias vezes na capital federal para solicitar apoio político na
intermediação junto aos agentes financeiros para negociação de prazos para o
pagamento de financiamentos.
“Neste ano, além dos preços baixos, os produtores também tiveram queda na
produção, produtividade e na qualidade do café. As medidas apresentadas são
emergenciais e, com isso, a gente espera trazer um alívio para o produtor pagar
suas dívidas, mas vamos continuar trabalhando por políticas públicas para a
cafeicultura. Ainda não conseguimos observar a reação nos preços, mas vamos
continuar lutando”, afirma.
Alternativas
Segundo o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Marco Túlio da
Costa, dentre as alternativas apresentadas pelo banco aos cafeicultores do país
estão a prorrogação do prazo de pagamento da dívida, mantendo as mesmas
condições e encargos da operação original contratada, com fixação de novo cronograma,
de acordo com a capacidade de pagamento do produtor. “É uma ferramenta bastante
elástica, com prazo de até cinco anos, e dá condições para que o produtor
continue na atividade, mantendo o crédito e cumprindo suas obrigações”,
explica.
De acordo com as orientações do Banco do Brasil, produtores com parcelas
vencidas ou a vencer até 30/06/2020 podem pleitear a prorrogação do prazo. “O
processo é simples e basta o cliente preencher o pedido de prorrogação, cujo
modelo já está disponível nas agências. Não é necessário laudo técnico e nem
elaboração de projeto, garante o diretor.
A outra modalidade disponibilizada pelo BB é a renegociação da dívida. Ao
escolher esta opção, o produtor fica impedido de operar com o banco até que
sejam pagos 50% do capital negociado. O prazo para pagamento pode chegar a até
12 anos, incluídos os três anos de carência, e de acordo com a capacidade de
pagamento. “Nossa orientação é para que o produtor opte pela prorrogação,
porque é fundamental que ele continue tendo crédito no banco para continuar na
atividade”, explica o diretor de Agronegócios.
Participaram da solenidade o presidente da Faemg, Roberto Simões; os deputados
federais Diego Andrade e Emidinho Madeira; os deputados estaduais Antônio
Carlos Arantes e Dalmo Ribeiro; o presidente da Emater-MG, Gustavo
Laterza; o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro,
dentre outras autoridades.
Café em Minas
De acordo com levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a
safra mineira de café deve ser de 24,5 milhões de sacas. Com pouco mais da
metade da produção nacional, Minas Gerais tem cerca de 150 mil cafeicultores, a
maioria deles agricultores familiares que utilizam o sistema de produção
manual, de maior custo em razão da necessidade de mão de obra.
Dos 463 municípios mineiros com exploração econômica do café (55% do estado),
grande parte tem na atividade sua quase exclusiva produção agrícola, o que
resulta em municípios com elevada dependência do produto para a dinâmica da
economia local e regional.
Principal produto de exportação do agronegócio mineiro, no ano passado, o café
foi exportado para 87 países, gerando divisas no valor de R$ 3,23 bilhões.
SEGOV