Publicado em 27/10/2018 - politica - Da Redação
O prefeito Sérgio Esquilo está afastado do Executivo de Muzambinho pelo período de vinte dias para se recuperar uma cirurgia no joelho. Mesmo assim, recebeu a reportagem em sua residência e comentou o momento administrativo, revelando preocupação com o futuro devido à falta de repasse constitucionais por parte do governo estadual. Ele também lamentou o fato da região deixar de contar com deputados de grande expressão política a partir do ano que vem, considerando a não reeleição de parlamentares como Carlos Melles, Renato Andrade, Aelton Freitas, além de Carlos Mosconi.
LUIZINHO NO COMANDO
Sérgio Esquilo falou com tranquilidade da cirurgia realizada pelo médico Dr. Eli e sua equipe. Explicou que vinha sofrendo com o problema há algum tempo, mas decidiu passar pela intervenção cirúrgica somente agora, momento que foram findadas as emendas parlamentares. Segundo ele, desde o ano passado, sua administração conseguiu mais de R$ 5 milhões em emendas parlamentares. E o município deveria viabilizar a liberação até o último dia antes das eleições. No último momento, também foi possível conquistar uma UTI Móvel 0 km Sprinter Mercedes Benz para o município junto ao governo federal. O valor seria de R$ 290 mil, mas o município conseguiu reduzir para R$ 172 mil porque conseguiu uma ata de adesão ao programa junto ao Ministério da Saúde.
Com o afastamento do titular, o vice-prefeito Luizinho Dentista assumiu o comando do Executivo de Muzambinho. Sérgio Esquilo destacou a competência e grande conhecimento do companheiro político. Também afirmou que o município está rigorosamente em dia com suas contas, sem dívidas.
DÍVIDA MILIONÁRIA
A situação financeira positiva do município ocorre, mesmo que a dívida do estado para com o município some R$ 4.221.776,91. Sérgio Esquilo afirmou que está sendo possível manter o equilíbrio graças à arrecadação do IPTU (a partir do mês de agosto), bem como à economia promovida pela administração desde o ano passado na realização de pregões e licitações. Esta organização administração está colocando Muzambinho como referência em todo o estado, considerando os setores de saúde, educação e outras áreas administrativas. Com isso, vem conseguindo pagar as suas contas. Paga, inclusive, as despesas na área de saúde, transporte escolar do estado (escolas estaduais) e pagamento do FUNDEB.
SERVIÇOS VÃO PARAR
“Mas creio que a partir do próximo mês de novembro não haverá como continuar pagando, pois não tem de onde tirar dinheiro para assumir estas responsabilidades do estado”, anunciou o prefeito. Revelou que o governo federal vem fazendo os repasses com pontualidade para o Estado de Minas Gerais, considerando as áreas de saúde e educação. Porém, o governo estadual não faz o repasse aos municípios. No caso de Muzambinho, o valor total da dívida superior a R$ 4 milhões acaba gerando imensas dificuldades. “Vamos ter que parar, fazer demissões, diminuir a saúde, educação e o transporte. Infelizmente, logo a população vai sentir falta de muitas coisas”, voltou a prever. Acrescentou que o colapso será observado em todo o estado de Minas Gerais.
Ao mesmo tempo, o prefeito garantiu que o transporte escolar do município continuará dentro da normalidade. Mas voltou a explicar que o município não tem a obrigação de pagar as despesas do estado, como vem ocorrendo há muito tempo. Citou despesas estaduais com a delegacia, Fórum, Emater, transporte escolar, saúde, professores e outras.
O prefeito ainda fez uma previsão pessimista, acreditando que a situação será ainda pior no próximo ano. Ainda mais se for confirmada a situação eleitoral que está sendo sinalizada. Entende que sem a experiência necessária o Estado de Minas Gerais vai entrar num colapso total, geral e irrestrito.
Sobre a possível demissão de professores, o prefeito voltou a esclarecer que o pagamento do FUNDEB é uma obrigação do governo estadual. Mesmo sem o repasse, o município vem honrando com deste pagamento dos professores. Porém, não será possível continuar bancando esta despesa. “Sem dinheiro, vamos ter que parar a educação, a saúde, a assistência social e outros setores”, falou. A dificuldade é imensa, ainda mais agora quando o atual governo estadual perdeu a eleição.
À BEIRA DO CAOS
Diante da possível paralisação de serviços e demissão em vários setores, Sérgio Esquilo confirmou que o município poderá ficar “à beira do caos”. Para ele, a falta de recursos estaduais já configura uma situação de caos nos municípios. Voltou a falar das cifras milionárias da dívida do estado para com o município de Muzambinho. “Se não existe renda, como vamos suprir as necessidades da população? Então, é o caos mesmo. Sobre os serviços essenciais, será somente o básico do básico. O resto, infelizmente, vamos ter que parar todos se não mudar a atual conjuntura”, falou.