Publicado em 01/10/2018 - politica - Da Redação
As eleições vêm aí e substitutos de parlamentares e
governantes podem desempenhar papel decisivo na política.
No final de agosto de 2016, o Brasil, pela segunda vez na
história, perdeu seu governante máximo devido a um processo
de impeachment. Também foi a terceira vez desde o processo
de redemocratização após o fim da Ditadura Militar que um
vice-presidente assumiu o governo federal.
Ou seja, desde as eleições de 1989, seis governantes
assumiram a administração do País e metade deles o fez por causa de situação
excepcional. Ainda assim, com as eleições se aproximando, muitos eleitores não
têm consciência da importância de um vice-presidente ou de um suplente.
Conheça o vice do seu candidato
Ambos, vices e suplentes, são figuras legítimas da democracia,
uma vez que as substituições estão amparadas na Constituição
Federal. Os nomes dos candidatos a vices nos cargos do Executivo
e a suplentes para senador aparecem inclusive no material de divulgação da
campanha. Não é incomum também debates de candidatos a vice, o que só fortalece
o processo democrático.
Mas é preciso ter em mente, seja em âmbito federal ou estadual, que a
escolha do deputado que vai merecer seu voto é um pouco diferente, pois envolve
a opção por um partido ou coligação.
Quando se vota em alguém, primeiramente vota-se no partido desse
candidato. Isso se deve ao fato de que, só depois de apurados os votos que cada
partido ou coligação recebeu e distribuídas as vagas entre eles, é que se
verifica quem foram os deputados mais votados e que ocuparão as vagas, assim
como quem serão os suplentes.
Por isso, o resultado da apuração não é uma simples soma de todos os
votos; é mais complexo do que isso e envolve os quocientes eleitoral e
partidário. A aplicação desses quocientes decorre justamente do sistema
proporcional de lista aberta.
No caso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na última
eleição, os 10.404.855 votos válidos foram divididos pelas 77 cadeiras
disponíveis para se chegar ao quociente eleitoral de 135.128. Esse foi o número
mínimo de votos para um partido ou coligação entrar em uma vaga na ALMG em
2014. Pensando nisso, seu voto precisa levar em consideração os demais
candidatos do mesmo partido e coligação.
Jogo democrático - Se,
num jogo de futebol, quem está no banco de reservas muitas vezes decide a
partida quando recebe a oportunidade de entrar em campo, na política brasileira
não é diferente. Um exemplo disso é que o impeachment de
Dilma Rousseff teve participação decisiva de um outro personagem
que começou sua carreira na política como suplente: Eduardo Cunha.
Acusado, entre outras coisas, de comprar votos de outros deputados
federais para que a então presidenta deixasse o cargo, o ex-deputado assumiu em
2001 uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Foi sua
primeira inserção na política. Depois, elegeu-se deputado federal no ano
seguinte.
Em 1992, Fernando Collor de Mello também perdeu seu cargo após renunciar
ao final de um processo de impeachment, assumindo seu vice, o
mineiro Itamar Franco. Antes disso, com a morte do presidente eleito Tancredo
Neves, outro político mineiro, quem tomou posse foi José Sarney, seu vice de
chapa.
Década de 1960 - Outro
político que não era a primeira opção do eleitor e que mudou a história do País
quando assumiu foi João Goulart. Eleito vice-presidente em 1960 na
época em que as eleições eram separadas, uma para presidente e outra para vice,
acabou assumindo o governo no ano seguinte, quando Jânio Quadros renunciou à
Presidência da República.
A situação gerou grande instabilidade política, tendo em vista que
muitos parlamentares e os militares da época acreditavam que ele era comunista
e, portanto, não queriam que ele assumisse.
O parlamentarismo foi instalado como uma solução conciliatória e João
Goulart assumiu a presidência enquanto Tancredo Neves tornou-se
primeiro-ministro. Mas a experiência durou pouco e a instabilidade política
continuou, culminando com o golpe militar de 1964 e o exílio
de João Goulart no Uruguai. Ou seja, como diz o ditado popular: a emenda foi
pior que o soneto.
Eleitor precisa ficar atento a quem pode substituir seu deputado
Desde a 14ª Legislatura, que se iniciou em 1999, 45 suplentes assumiram,
parcial ou integralmente, os mandatos de seus antecessores na ALMG. Isso
corresponde a mais de 10% das cadeiras por legislatura. Ainda assim, raramente
o eleitor busca saber quem são os suplentes que podem substituir o seu
deputado.
Existem diversas situações que podem implicar a saída de um
parlamentar. O mais comum é o deputado estadual, passadas as eleições,
ser convidado a assumir uma secretaria de Estado ou outra função na
composição de um novo governo estadual, o que impossibilita o
exercício do mandato na ALMG.
Nesse caso também entra em campo, mesmo que provisoriamente, o suplente,
que tem plenos poderes para cumprir as funções de elaborar e votar novas legislações,
fiscalizar os atos do Executivo e, claro, representar os interesses do cidadão,
mesmo aquele que não votou nele.
Eleições municipais - O
deputado estadual também pode renunciar porque foi eleito prefeito nas
eleições municipais, que acontecem de maneira intercalada com as eleições
nacionais e estaduais.
Outra possibilidade é o deputado renunciar para assumir, por exemplo,
outras funções na estrutura do poder público, como o cargo de conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, caso recente do ex-deputado
Durval Ângelo.
Em linhas gerais, de acordo com o Regimento
Interno da ALMG, “a vaga na Assembleia Legislativa
verificar-se-á por falecimento, renúncia ou perda do mandato”. Já
com relação à licença concedida ao deputado, o Regimento
Interno prevê diversas circunstâncias, dentre elas o tratamento de saúde. Há
ainda o impedimento temporário do exercício do mandato.
Hotsite Eleições 2018 - A ALMG
lançou um hotsite com conteúdos especiais sobre
o processo eleitoral de 2018. Na página, estão reunidos materiais
produzidos pela TV Assembleia, áudios da Rádio Assembleia e notícias da
Assessoria de Imprensa da ALMG. O objetivo é oferecer ao eleitor informações
que o auxiliem a embasar seus votos e destaquem a importância da sua
participação nos pleitos estaduais e federal.
Assessoria de Imprensa da ALMG
Gerência-Geral de Imprensa e Divulgação