Publicado em 13/08/2019 - ponto-de-vista - Da Redação
Como o tempo voa. Sem dó, nem
piedade. Ele é implacável. São dezoito anos passados quando do início do
movimento ‘Museu de Artes de Jacuí’. Estávamos no ano de 2001. A missão do
cidadão jacuiense é antes de tudo converter a Jacuí, tão desfigurada pelo colonialismo
cultural imposto pelas cidades ricas, em uma cidade real, e também lutar contra
a alienação a que estamos submetidos, tomando consciência de que a preservação
da Memória Cultural é patriotismo. Jacuí foi o princípio da colonização de
Minas Gerais. Jacuí fundia e partia o ‘ouro’ na Casa da Moeda e mantinha
correspondência com o Imperador e com os primeiros Presidentes da República
(Arquivo Público Municipal). Jacuí, por volta de 1860, tinha sete Hotéis e mais
outras tantas Pensões e foi chamada de “Cidade Pousada”. Já era hospitaleira
desde então e sabia receber os visitantes. Logo, a importância de um Museu é
decisiva na vida de nosso povo. Pais e professores em breve vão poder levar
seus filhos e alunos para visitar o Museu de Jacuí. Não é, senhor Prefeito
Geraldo Magela da Silva? O importante do projeto é a possibilidade das pessoas
terem sua história preservada. Sem essa preservação, a história não existe.
Vale lembrar que: ‘Museus’ são instituições nas quais se reúnem e classificam
coleções de objetos que apresentam interesse histórico, científico e,
sobretudo, artístico. Têm a finalidade de velar pela conservação desses objetos
e de utilizá-los para o desenvolvimento dos conhecimentos, facultando ao
público suas coleções. Façamos história, definindo uma política cultural para
nossa cidade. Na medida do possível, o Museu procurará mostrar, através do
acervo, os nossos objetos, a nossa memória guardada em fotos e tudo aquilo mais
que puder atestar uma trajetória histórica de quase três séculos. Para nós
jacuienses, este ‘Museu’ não será apenas um depósito da nossa história passada.
Contatando Washington T. Mello, ex-Secretário de Estado de Cultura de Minas
Gerais, este me levou à Superintendente de Museus do Estado - Ana Werneck, que
na oportunidade me disse que “toda cidade deveria ter um Museu. Espaço de
mediação da história local, regional e sua população”. Temos dois acervos
para abrigar na Casa da Cultura, no 1º piso do prédio: o Museu e o Centro de
Memória do Sítio Arqueológico do Lanhoso, cujas peças das ruínas ali
encontradas, por destinação do IPHAN, desde 2017, estão no Museu Arqueológico
do Carste do Alto São Francisco (MAC), em Pains/MG, para organização,
higienização, acondicionamento, inventário e relatório final de todo esse
material arqueológico exumado. Há quase duas décadas esperamos a instalação
deste Museu para agasalharmos a história de três séculos. É tempo demais de
espera, não é?
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com