Publicado em 12/12/2016 - regiao - Da Redação
A última etapa do Circuito Sul Mineiro da Queima do alho, que aconteceu em Nova Resende, no domingo, 11 de dezembro, consolidou o evento definitivamente no calendário de festividades voltadas às tradições regionais. Porém, além desse resgate histórico-cultural, a Queima do Alho tem outro ingrediente, a solidariedade, pela destinação da renda sempre a uma entidade de saúde ou social. Em torno de 5 mil pessoas de aproximadamente 40 cidades da região do Sul e Sudoeste de Minas e interior de São Paulo estiveram presentes. De acordo com a Associação Cultural Mineira da Queima do Alho, entidade que coordena o circuito, não fosse a chuva o público seria no mínimo o dobro. “Fechamos este ano de 2016 com chave de ouro aqui em Nova Resende e para o ano que vem já estamos organizando um calendário com o foco na qualidade, mantendo 17 cidades e 20 comitivas”, disse Anderson Lopes, presidente da Associação.
Para o deputado Emidinho Madeira, idealizador do circuito, a realização de um evento como este só é possível com a participação da sociedade. “A Queima do Alho já caiu no gosto das pessoas porque todos já entenderam seus objetivos. Em cada etapa do circuito a gente destina o dinheiro arrecadado para uma determinada entidade da região. Nesta etapa de Nova Resende o Hospital Regional do Câncer (HRC) foi o beneficiário. Gostaria muito de agradecer toda a equipe organizadora e as comitivas nas pessoas do José Roberto Tomé (presidente da Comissão de Nova Resende em prol do HRC), Anderson Lopes, Orlando Lima, Sargento Marcos e Beto Firmino. Um abraço especial à toda a administração do HRC nas pessoas do provedor Dr. Vivaldo e Daniel Porto Soares, que além de realizar uma administração muito competente e transparente à frente do HRC, ainda arrumam energia para ajudar na organização desses eventos, como ocorreu em Nova Resende. Agradecemos também as polícias civil e militar, os comerciantes, empresários, os artistas, veículos de comunicação e todos os voluntários que não medem esforços para que a Queima do Alho continue espalhando muito mais do que o cheiro e sabor da nossa culinária, e que leve também a nobre marca desse espírito solidário da nossa gente”, disse o deputado Emidinho Madeira.
RELAÇÃO DAS COMITIVAS PRESENTES EM NOVA RESENDE
ORGULHO DE SER CAIPIRA
Criado no ano de 1998, pela Associação dos Cavaleiros de Nova Resende, o Circuito Sul Mineiro da Queima do Alho tem se tornado uma referência nacional no que diz respeito às ações sociais e ao resgate cultural. As festas da Queima do Alho se tornaram verdadeiros pontos de encontro de pessoas de todas as idades. São verdadeiros períodos de confraternização onde as pessoas aproveitam para trocar experiências, fazerem doações, e, claro, contar “causos”, apreciar a saborosa comida mineira e ouvir a verdadeira música caipira de raiz, que por tantos anos embalaram os tropeiros em suas longas jornadas na lida com o gado ou no transporte de mantimentos. Muitos ainda se lembram da época e da importância dos burros de carga e dos carros de bois que faziam o serviço hoje realizado pelos caminhões. Na música “Mágoa de Boiadeiro”, do eterno Sérgio Reis, ele descreve um pouco a transição desse período da história nacional:
“Cada jamanta que eu vejo carregada transportando Uma boiada me aperta o coração E quando olho minha traia pendurada de tristeza Dou risada pra não chorar de paixão”
O Circuito Sul Mineiro da Queima do Alho cumpre um papel fundamental na preservação da memória do Brasil Rural. Inserido numa das regiões mais prósperas de Minas e do Brasil, onde o agronegócio é cada vez mais pujante, o circuito reúne vinte cidades do Sul e Sudoeste de Minas e Caconde, que apesar de estar no estado de São Paulo possui enorme identidade com os mineiros. As “Comitivas”, cada um com um nome bastante peculiar, são as responsáveis pelo preparo dos pratos servidos ao público. Os eventos são realizados em espaços bastante amplos, normalmente os parques de exposições agropecuárias.
Não há nesse Brasil quem não tenha, mesmo que distante, uma herança genética ligada ao homem do campo, homem este que foi, e continua sendo, um esteio forte na criação, manutenção e desenvolvimento do nosso país.
FONTE: ASCOM