Publicado em 31/01/2019 - regiao - Da Redação
POÇOS DE CALDAS - De casa em casa, os agentes comunitários de saúde do
bairro Santa Augusta aproveitaram as visitas domiciliares para falar sobre a
hanseníase. Os pacientes com alguma suspeita detectada foram encaminhados para
atendimento pelo médico da unidade, ainda esta semana. “Foi uma busca ativa
onde incluímos esta avaliação no trabalho de rotina e com avaliação médica
rápida para a melhor resposta ao paciente”, disse a enfermeira Joice Araújo
Marçal.
No Nova Aurora teve a Barraca da Saúde montada na entrada
do posto, com entrega de folders e esclarecimento de dúvidas. Ações em sala de
espera falaram sobre os sintomas e a necessidade de buscar avaliação médica em
caso de alterações na pele. “Apesar de ser uma doença bastante antiga, muitos
ainda desconheciam a hanseníase, o que é e quais os sintomas, então foi uma
ótima oportunidade para falar sobre e colocar o atendimento à disposição”,
comentou Denise Lucas Araújo, enfermeira.
Em todos os pontos da cidade, equipes das unidades
básicas de saúde organizaram ações especiais ao longo do mês, dentro do Janeiro
Roxo, mobilização que visa alertar para os cuidados que a hanseníase precisa
ter, com 28 de janeiro sendo o Dia Nacional de Combate e Prevenção da
Hanseníase. Decoração temática, atividades em sala de espera e avaliações
individuais foram realizadas nas UBSs: Bortolan, Flores, Marco Divisório, Maria
Imaculada, Nova Aurora, Regional Sul,
Santa Augusta, Santana/ Santa Rosália, São Bento, São Jorge e Vila Menezes.
“Temos um calendário anual com temas ou campanhas que devem ser trabalhadas mês
a mês e dentro disso, as equipes de cada localidade, de cada unidade, têm
autonomia para escolher as melhores formas de abordagem e de atendimento, de
acordo com o perfil do público atendido”, explicou Camila Bacelar, coordenadora
da Divisão de Atenção Básica.
Hanseníase
O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos da doença, atrás somente da Índia. Por ano, são registrados cerca de 30 mil novos pacientes. Transmitida por meio de gotículas que saem do nariz ou por meio da saliva, a hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Doença crônica que atinge pele e nervos, a hanseníase é caracterizada por: manchas esbranquiçadas, avermelhadas, acastanhadas, em qualquer parte do corpo e com diminuição ou ausência de sensibilidade, especialmente ao calor e ao toque; perda de pelos e alteração da sudorese na região das manchas; dormência em membros superiores e inferiores, além de nódulos que aparecem e desaparecem com frequência. O diagnóstico e o tratamento são essenciais para evitar ou minimizar as possíveis sequelas. Com tratamento medicamentoso e possibilidade de cura, a hanseníase tem diagnóstico comprovado por meio de exames clínicos e laboratoriais. “É muito importante não ignorar os sintomas e o mais rápido possível procurar o atendimento médico para evitar as sequelas e a transmissão para outras pessoas. Assim que o tratamento tem início, é interrompida essa transmissão infectocontagiosa. A doença causa lesões que podem gerar incapacidade, em graus mais avançados. O problema principal é a sequela deixada pela demora no diagnóstico. A Atenção Básica é a porta de entrada para este atendimento e os casos suspeitos são encaminhados para o Programa Municipal especializado”, orientou a enfermeira Cristina Filomena Lazzari Gomes, referência técnica do Programa Municipal de Hanseníase. Em 2018, três novos casos foram identificados e tratados pelo SUS em Poços. O Programa Municipal de Hanseníase funciona na Policlínica Central, das 12h30 às 16h30, de segunda a sexta.
ascom