"Lei do cangaço" - Bandidos causam terror e explodem agências bancárias na região

Publicado em 06/04/2018 - regiao - Da Redação

"Lei do cangaço" - Bandidos causam terror e explodem agências bancárias na região

Ação causou pânico e destruição em Cabo Verde e Areado. Ousadia também na tentativa de roubo em Bom Jesus da Penha

A madrugada foi de terror nas duas cidades do Sul de Minas. Por volta da 00h20min da sexta-feira, 06 de abril, bandidos fortemente armados explodiram as três agências bancárias do município de Areado e furtaram uma joalheria. A ação dos criminosos na cidade durou cerca de 40 minutos.

Os ataques dos bandidos tiveram como primeiro alvo em Areado a agência do Banco do Brasil. Segundo informações de pessoas que estavam na Praça Henrique Vieira, uma camionete, aparentemente uma Hilux, parou em frente ao banco e os bandidos começaram a atirar. Logo após, os criminosos foram até a agência do Banco Bradesco, onde o estrago foi grande. Na agência do Banco Sicoob os criminosos cortaram a proteção que havia na porta e estouraram o cofre. Já na joalheria, segundo informações dos proprietários, o prejuízo foi grande. Várias lojas da Rua José Jacinto Pereira tiveram seus vidros quebrados por tiros. Segundo informações da população de Areado, os bandidos fugiram sentido o bairro rural Porteira das Almas.

Já em Cabo Verde a agência do Banco do Brasil foi atacada pelos criminosos. Os bandidos estouraram os vidros de uma loja que fica ao lado. O ataque começou por volta das 2 horas e durou cerca de 20 minutos. Até o fechamento desta reportagem ninguém foi preso. Não há informações sobre pessoas feridas.

Destaque para o comentário em tom de desabafo e indignação de um cidadão em rede social: “Muito triste a madrugada de terror em Cabo Verde. Este é o país da impunidade, de leis fracas, onde as armas da polícia parecem de brinquedo perto do arsenal dos bandidos. Em um país onde os bandidos são idolatrados e defendidos em rede social e palanques por pessoas instruídas. Onde o policial que atira é punido e juízes são perseguidos. Onde reina a malandragem e os malandros são eleitos. Não podia ser diferente. Quase uma hora de tiros e bombas, desespero, bandidos andando tranquilamente na avenida enquanto nós perdemos o sono e vemos nossos filhos chorarem. Precisamos lutar por uma reforma em nossas leis e quem sabe um dia o bandido se sinta ameaçado em nosso país. Que Deus tenha misericórdia de nós e dos policiais que deixam suas famílias para se envolver em uma guerra desigual”.

 

EM BOM JESUS DA PENHA – No dia anterior, 05 de abril, criminosos que tentaram explodir caixas eletrônicos em duas agências bancárias de Bom Jesus da Penha. Eles serraram eucaliptos próximo ao trevo que liga a cidade a Alpinópolis e Passos para evitar que os policiais chegassem rápido ao local. Tanto que os militares tiveram que combater os criminosos a pé.

Os criminosos quebraram vidros e deixaram um explosivo em um dos locais, mas não conseguiram levar dinheiro. Segundo a Polícia Militar, câmeras registraram dois carros no centro da cidade por volta das 2h40min. A primeira tentativa foi na agência do Sicoob. Eles quebraram os vidros, mas não conseguiram entrar por conta das grades de proteção.

O grupo, então, seguiu para uma agência do Banco do Brasil. No local, chegaram a colocar explosivos, mas não conseguiram detonar. Os criminosos abandonaram o artefato e saíram da agência.

Segundo a Polícia Militar, de sete a 10 homens armados tentaram explodir os caixas eletrônicos. Toda a ação durou 14 minutos. Os assaltantes ainda dispararam vários tiros, que atingiram os postos de luz, a fiação elétrica e algumas casas. Ninguém ficou ferido.

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) esteve na cidade para detonar o explosivo que foi deixado na agência. Os criminosos fugiram sem levar nada.

 

PREMONIÇÃO – Há alguns meses, este jornal informou que o advogado e escritor Mauro Gil, morador na cidade de Alterosa, preparava um livro sobre a situação dramática vivida na região devido à ação de criminosos. A obra relata o verdadeiro “cangaço” registrado em várias cidades da região, com a explosão em agências bancárias, numa clara analogia ao passado nordestino com o ataque de cangaceiros às cidades.