Publicado em 16/03/2015 - regiao - Fernando de Miranda Jorge
Mas será que a gente esqueceu? O mundo mudou e muito, sim. Mas repentinamente meu neto de seis anos, pediu-me para ensiná-lo a jogar bolinhas de gude com ele. Aí eu renasci. Lembrei-me da minha infância. É no buscar que podemos renascer: a minha inocente infância em Jacuí, foi vivida com a simplicidade e as coisas saborosas da época. As brincadeiras, bem diferentes, como rolar o “arquinho”, o meu era invejado (não é Dr Maurício?), a “finca”, o “peão”, as bolinhas de gude - “bilosca” ou toca, um quadrado com cinco orifícios no chão de terra, aliás, onde tudo acontecia, pois não havia nem asfalto e nem calçamentos, era bom demais. Após uma boa chuva, as enxurradas, represá-las e botar o barquinho (de papel), para navegar. Além do carrinho de role-mãs (rolamento) e de cabo de vassouras, o “salvo cadeia”, uma diversão à noite, favorecida pela fragilidade das luzes dos postes. Lembram? Era simples assim. Eu aprendi e continuo aprendendo muito! Hoje não existem mais. A conversa é outra. Perigosos modismos e, a excessiva utilização da tecnologia digital, que avançou demais, distancia crianças e jovens de tudo o mais. A era é eletrônica. E a cada instante surge uma novidade, descartando a anterior. O mundo mudou. E muito por aqui nas nossas pragas brasilianas: “automóveis com ocupantes sem o cinto de segurança, pilotos e caronas de motos sem capacete, fumar ao volante, dirigir em velocidades acima dos padrões, tanto dos veículos (carroças qualificadas por um presidente), como das estradas. Dirigir carros após festas, embriagados e, às vezes, não se sobrevive a tudo isso. Será que aprendemos ou conhecemos todas as mudanças no mundo? O mundo mudou, não sei se foi para melhor, só sei que o mundo mudou. A história recente do mundo está dividida em antes e depois da Internet. Nada se compara à mudança generalizada que este bem comum que uniu bilhões de pessoas em rede produziu. A minha primeira vontade é de julgar a mudança, mas o que isso importa, importa, que mudou, e quem viveu o antes e olha para o agora, é de ficar admirando como eu. E o futuro, como será?
Fernando de Miranda Jorge. Jacuí/MG – E-mail: fmjor31@gmail.com