Publicado em 08/10/2013 - regiao - Da Redação
Pessoas de diferentes idades foram ao Parque Mogiana neste domingo, com roupas típicas, onde reviveram o dia em que o trem chegou ao “Arraiá das Dores”
As cenas foram gravadas no pátio da antiga estação ferroviária Mogiana, onde dezenas de pessoas protagonizaram a solenidade oficial da chegada do trem, pela primeira vez, em 1904 (no então arraial). “Já fizemos as gravações do trem, propriamente dito, quando fomos às cidades de Tiradentes e São João Del Rei. Agora, o pessoal daqui encenará a chegada dele à cidade”, explicou Severo, que conduziu o expressivo grupo de atores. Durante cerca de uma hora e meia, os presentes participaram das imagens, onde reviveram o dia em que a Maria Fumaça chegou a Guaxupé, tendo o fato resultado numa grande festa (com banda e gente de todo lado em clima de felicitações).
Entre os presentes, pessoas de diferentes idades participaram das gravações: “Fui o maquinista que fez a última viagem, em 1981 e, depois de tanto tempo aposentado, retorno ao lugar onde passei por inúmeras vezes. Se eu contar-lhes a quantidade de histórias, teremos que fazer outro filme. Mas, de todos os casos que presenciei, o mais tocante foi o dia do incêndio, em 1945, quando todo o vagão pegou fogo e ficou em cinzas, mas só salvou-se a imagem de Nossa Senhora, o que me fez ter ainda mais fé nela”, recordou o ex-profissional, sobre uma época ocorrente quando ele ainda tinha 14 anos de idade.
Bem mais novo, o fashionista Everton Tom Alves entende que aparecer nas cenas de “O jeito...” representará muito mais do que apenas participar: “Estar hoje aqui é reviver uma época que foi importante para todos. Conforme disse durante a inauguração de meu site, no Rio de Janeiro dizem que são ‘cariocas da gema’. Já no meu caso, sou mineiro de gema, da clara e do ovo mesmo”, brinco o rapaz, para justificar seu interesse em integrar as filmagens.
Também na opinião do cidadão Wellington José Escarassati, que há algum tempo produz um documento literário sobre a Mogiana, a iniciativa de Severo vem de encontro com o compromisso que todo povo deve ter para com a cultura: “Meu livro sairá em breve e será um marco para a história ferroviária de Guaxupé. Contudo, hoje estou aqui para endossar a boa vontade do Severo, que deve ser sempre respeitado por seu idealismo”, ressaltou Wellington, que interpretou um fazendeiro da época, com roupas luxuosas e um estilo autêntico de ser.
Não menos empolgado com as filmagens, o padre Reginaldo da Silva, da Paróquia Nossa Senhora Das Dores, participou da produção cenográfica na tarde de ontem: “Para mim, que nasci em Palmeiral e estou na cidade há dois anos, é uma honra fazer parte deste momento. Neste trabalho, estamos remontando a história, que originou no que Guaxupé é hoje. Então, estou muito feliz e grato por estar aqui”, disse o religioso.
Evidentemente satisfeito com a boa adesão do público, o responsável pelo filme comentou: “Não tenho nem palavras para agradecer à resposta destes que vieram, capricharam nos figurinos e foram verdadeiros atores. É tudo voluntário, tudo a serviço da cultura, da história e da vida. Por isto, não sabem como me deixaram felizes neste dia especial. Continuemos agora o nosso filme, pois ele será para sempre lembrado, tenho certeza”, disse Severo, que se emocionou na tarde de ontem. Agora, o idealista nato dará continuidade à produção, que começou em 2012 e não tem ainda data programada para ser concluído.
Fonte: Carlos Alberto (Jogo Sério)